Milhares de convidados já tinham feito o RSVP, em março deste ano, para o festão que Carol Sampaio costuma promover anualmente para comemorar seu aniversário, no Copacabana Palace. ‘Milhares’ não é força de expressão – três mil pessoas estavam na sua lista e faltava só checar alguns detalhes, revisar a cenografia… até que, na antevéspera, veio a bomba: uma festa de casamento no Sul da Bahia havia ajudado a disseminar a Covid-19 no país. “Ali caiu a ficha que o negócio era sério, e cancelei tudo. Não dava para aglomerar e assumir essa responsabilidade toda”, conta a promoter. Depois de oito meses em casa, ela volta ao batente no próximo fim de semana (7 e 8 de novembro), quando organiza mais uma edição do Baile da Favorita e uma roda de samba, ambos à beira da piscina do Hotel Fairmont. Carol conversou com VEJA RIO:
Como foi a experiência de parar totalmente com os eventos depois de tanto tempo trabalhando noites seguidas? Estranhíssimo, mas consegui me adaptar. Estou desde março sem passar maquiagem na cara, sem fazer baby liss, quatro meses sem sair de casa para nada. Meu último evento foi o carnaval e eu não lembrava, de vinte anos para cá, de uma única vez em que tivesse dormido antes de meia-noite. Vinha num ritmo muito intenso, teve épocas em que fiz seis festas em sete dias. A verdade é que eu estava precisando dar esta parada.
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O saldo então é positivo? Sim, estou este tempo todo sem trocar a noite pelo dia, fiquei dois meses sem beber uma gota de álcool. Quando eu imaginaria isso? Aproveitei para fazer coisas bobas que não tinha tempo antes: arranquei os quatro sisos – tinha cinco anos que estava para fazer isso -, congelei meus óvulos, comecei a fazer meditação, ioga, voltei a correr na areia fofa.
Promover um baile funk durante a pandemia não é arriscado? Não do jeito que vou fazer. Percebi que os quartos todos do Fairmont são virados para a piscina, então tive a ideia de fazer o Baile da Favorita para as pessoas curtirem da varanda, ou em mesas ao redor do palco, com bastante espaço entre elas, numa área aberta. As pessoas estavam querendo sair, mas com segurança.
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Estava na hora de voltar a trabalhar também, não? Eu estava sentindo falta de encontrar as pessoas, mas ainda não me sinto à vontade para ganhar dinheiro enquanto tem gente morrendo, perdendo seus parentes. Os ingressos só estão sendo vendidos para quem está hospedado no hotel, quem não estiver pode acompanhar por um app parceiro. Não tô nesse mood de faturar. Claro que faz falta ver o dinheiro entrando, mas o que eu quero agora é estar no meio da galera.
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Como convidar as pessoas certas para festas e eventos? Blogueiras e influencers dão o retorno esperado? Tem que ter blogueira e influencers, sim, eles são parte importante dessa engrenagem. Mas não convido quem eu não conheço, só se for um pedido da marca que me contratar, isso para falar de eventos que não são 100% meus. Mas mesmo assim faço um contato antes, não vou lá e só convido. Eu crio relações. É isso que me mantém e faz toda a diferença.
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