A seis meses da eleição para o governo do Rio, o nome do senador Romário (Podemos-RJ) aparece em primeiro lugar nas pesquisas de intenção de voto feitas pelos partidos. Levada adiante a candidatura — há quem aposte que ele deixa a disputa antes do apito final —, os adversários terão farta munição contra o baixinho.
A polêmica mais recente é a mansão na Barra da Tijuca, avaliada em mais de 6 milhões de reais, que, de acordo com a Secretaria Municipal de Urbanismo, Infraestrutura e Habitação, foi levantada em área pública. Em março, a prefeitura publicou no Diário Oficial ordem para a demolição do imóvel, mas, até hoje, a construção está de pé.
Apesar do parecer técnico e da determinação da prefeitura, a sua casa ainda não foi demolida. Dizem que o senhor teria feito um acordo. Isso é verdade?
Não, não há nenhuma verdade nessa afirmação.
Outra acusação que recaiu sobre o senhor é a ocultação de bens para escapar dos credores. Não acha que
a população está cansada de ver políticos envolvidos nesse tipo de denúncia?
Sempre agi diferente dos políticos convencionais, que, infelizmente, fazem isso mesmo. Se fui eleito senador com votação recorde foi exatamente porque a população confia na minha honestidade. Infelizmente, a intriga faz parte do jogo, mas quem vai me julgar é a população, e por confiar nisso é que eu sou pré-candidato ao governo do estado.
O que está faltando para dizer com todas as letras que vai disputar a eleição?
Há uma série de questões aí. A primeira é a proibição da lei, que diz que isso seria propaganda antecipada. Segundo, estamos construindo uma coligação, conversando para trazer pessoas e partidos para o nosso grupo. Uma candidatura precisa ganhar corpo, apoio, antes de ser lançada.
Pesquisas o põem bem à frente dos outros candidatos. O senhor acredita que as pessoas estão buscando alternativas?
Com certeza querem uma alternativa ao que está aí, uma alternativa àquelas pessoas que sempre estiveram no poder e não fizeram nada de novo, repetiram as práticas desonestas de sempre. Isso é também um claro indicador de apoio ao meu trabalho na política, à minha postura independente e às causas em que eu atuo.
Como senador, o senhor votou a favor da intervenção das Forças Armadas no Rio. Como governador, quais são os seus planos para o estado?
A primeira coisa, a mais urgente, é devolver a paz aos moradores do estado, dando um basta à criminalidade, que está cada dia mais ousada, com ações firmes. Precisamos acabar com a corrupção, fazendo uma faxina em todos os cargos do estado. É necessário equilibrar as contas do governo e garantir que ninguém fique sem salário. Também é indispensável reconstruir os serviços públicos de saúde e educação e criar empregos. Essas são as prioridades.
O Rio está passando por uma das piores crises dos últimos tempos. O senhor
está preparado para tomar medidas impopulares?
Medida antipopular para mim é roubar o dinheiro público, isso eu nunca farei. Garantir o funcionamento da máquina pública com eficiência e qualidade não será considerado ruim pela população. Acho que isso precisa ficar bem claro: o estado não é nada além da própria população, temos de colocá-lo na sua função novamente, que é trabalhar para as pessoas. Nos últimos anos, o Estado do Rio serviu apenas a empresários e políticos corruptos.
Já se preparou também para levar pedrada dos adversários durante
a campanha?
O pior que eles podem fazer é inventar mentiras e, se for mentira, posso desmentir. Ademais, não há nada na minha história que eles possam atacar. Pedrada já estou levando.
Sua relação com o prefeito Crivella anda estremecida. Recentemente, o senhor publicou uma foto dele nas suas redes sociais com a legenda “Eu apoiei esse idiota”. Pretende relevar esse desentendimento em prol do Rio?
A população está em primeiro lugar. Pode ser Crivella e poderia ser outro; as diferenças políticas não podem jamais prejudicar a população.