Abraham Palatnik
Em cartaz na Anita Schwartz Galeria de Arte, a bela individual do artista Abraham Palatnik traz aparelho hipnótico
AVALIAÇÃO ✪✪✪✪
Em 1951, o artista potiguar de ascendência russa participou da edição inaugural da Bienal de São Paulo. Apresentou o primeiro exemplar de seus aparelhos cinecromáticos: uma caixa contendo lâmpadas que, por meio de um sistema motorizado de engrenagens, criam padrões de cores variáveis, contempladas através de uma tela translúcida. Definida pelo crítico Mário Pedrosa (1900-1981) como “a verdadeira arte do futuro”, a obra é uma das criações mais representativas da vertente cinética da qual Palatnik, em plena atividade aos 85 anos, é a referência máxima no país. Em cartaz na Anita Schwartz Galeria de Arte, sua bela individual traz um desses hipnóticos aparelhos, criado em 1969. Motores também são usados em seus objetos cinéticos ? três deles estão na mostra. Produzidas com hastes metálicas em cujas pontas são presos artefatos de madeira, as peças sugerem um deslocamento perpétuo. Mesmo em uma série de quadros sem título, estáticos, o artista transmite vertiginosa impressão de movimento.
Anita Schwartz Galeria de Arte. Rua José Roberto Macedo Soares, 30, Gávea, ☎ 2274-3873 e 2540-6446. → Segunda a sexta, 10h às 20h; sábado, 12h às 18h. Grátis. Até 13 de setembro.
Curiosidade: de 1942 a 1945, Palatnik frequentou uma escola técnica em Tel-Aviv, onde se especializou em motores a explosão