“Ação da Polícia Civil foi arbitrária”, afirma Fiocruz após invasão
Operação policial teve traficantes em fuga e funcionária ferida por estilhaço em tiroteio

Depois de ser invadida, nesta quarta (8), por traficantes em fuga em meio a uma operação da Polícia Civil, a Fundação Oswaldo Cruz protestou pelo que considerou uma ação arbitrária da polícia, “sem autorização ou comunicação com a instituição, colocando trabalhadores e alunos da Fiocruz em risco“, de acordo com nota divulgada pela fundação.
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Rodeada de comunidades dominadas pelo crime organizado, a Fiocruz está no meio de um confronto de facções inimigas nas favelas de Manguinhos (Comando Vermelho) e Vila do João (Terceiro Comando Puro). Pelo menos quatro suspeitos foram baleados na operação, e uma funcionária da instituição foi ferida por estilhaços em Manguinhos. Imagens de drones mostraram os traficantes fugindo da fundação.
O comunicado da Fiocruz prossegure: “Agentes entraram descaracterizados e sem autorização no campus da Fiocruz (campus Manguinhos-Maré) para o que seria uma incursão na comunidade de Varginha. Um projétil atingiu o vidro da sala de Automação, de Bio-Manguinhos, fábrica de vacinas da Fiocruz, e uma trabalhadora recebeu atendimento médico por conta dos estilhaços“.
Na ação da polícia, um supervisor da empresa que presta serviços para a Fiocruz foi levado pelos policiais algemado, ação considerada arbitrária. A entidade afirmou que o vigilante realizava trabalho de desocupação da área como medida de segurança para os trabalhadores, alunos e demais frequentadores do campus, e foi acusado de dar cobertura a “supostos criminosos que estariam em fuga”.
A Polícia Civil, através do delegado André Neves, informou que a Operação Torniquete estava em curso na quarta-feira na região do Complexo de Manguinhos, com apreensão de armas e drogas, e um funcionário da Fiocruz foi preso porque estava auxiliando na fuga de traficantes da comunidade. A própria polícia se corrigiu posteriormente, dizendo que dois funcionários foram levados para a delegacia, mas ainda estava sendo apurado se eles auxiliaram bandidos ou foram coagidos.
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A operação foi realizada, segundo a Polícia Civil, com o objetivo de combater roubos e receptação de cargas praticados pelas facções criminosas.