Acidente com balanço: obra em pilastra não teve engenheiro responsável

Segundo o Crea, que determinou a abertura de auto de infração contra o condomínio, síndico poderá responder por exercício ilegal da profissão

Por Da Redação
7 mar 2025, 12h21
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Maria Luísa Oldembergas: espaço no play do condomínio onde a menina brincava quando aconteceu acidente foi reformado recentemente (Internet/Reprodução)
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Não há nenhum registro de engenheiro responsável pela obra de reforma do Espaço Relax, do condomínio Puerto Madero, no Recreio, onde uma pilastra caiu, matando a menina Maria Luísa Oldembergas, de 7 anos. A constatação é do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Rio (Crea-RJ), que fez uma fiscalização no local. O presidente do órgão, o engenheiro civil Miguel Fernández, determinou a abertura de auto de infração do condomínio, que será notificado. O síndico poderá responder por exercício ilegal da profissão, já que, segundo Fernández, houve uma obra de engenharia sem um engenheiro responsável.

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“Nós fomos a campo verificar e confirmar que não houve engenheiro responsável técnico pela obra de reforma naquele ambiente”, disse ao Jornal O Globo o presidente do Crea, explicando que o trabalho de perícia cabe à Polícia Civil, que está fazendo a investigação para chegar a uma avaliação de quem é a culpa pela morte da menina. “O Crea faz uma ação de fiscalização sobre os profissionais”, reforçou o presidente do Crea.

A obra do condomínio foi entregue em 2009 com o Espaço Relax, onde há uma cobertura de madeira (gazebo), além de duas redes sustentadas por quatro pilaretes, previsto na planta. Foi um deles que caiu, resultando na morte da menina. O local foi submetido a uma reforma recente, mas o Crea constatou que não houve registro da atuação de um profissional de engenharia, durante a ação de fiscalização, realizada na manhã desta quinta (6). Os fiscais examinaram a planta do condomínio, mas não foi localizado o projeto do Espaço Relax.

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O presidente do Crea lembrou que determinou no ano passado uma campanha educativa, informando os síndicos que devem fazer obras apenas com a contratação de engenheiros registrados e habilitados junto ao Conselho. “Se você não tiver um engenheiro responsável habilitado para verificar se aquela rachadura representa ou não risco estrutural para aquela edificação, você, ao pintar, pode estar escondendo um risco iminente de queda. Então, é fundamental que sempre, antes de fazer qualquer tipo de obra, você tenha um engenheiro avaliando, e aí, sim, se identificar que aquilo não representa nenhum risco, você mesmo pode fazer uma pintura de uma parede”, exemplificou. E fez um alerta: “Você síndico, você cidadão, que vai fazer uma obra onde você não contrata um engenheiro, assume uma responsabilidade que não deveria ser sua. E, principalmente, um risco que você muitas vezes não sabe nem avaliar adequadamente ao qual você está se colocando”.

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