Além do saldo de 35 feridos e imagens fortes, os acidentes com carros alegóricos em meio à festa maior do Carnaval evidenciaram outro problema: a ausência de um plano de emergência eficiente, que ofereça, por exemplo, uma rota de fuga para ambulâncias que partam do Sambódromo lotado. Com as ruas interditadas nas redondezas da Passarela do Samba, as vítimas esbarraram em obstáculos variados para deixar o local e seguir até o hospital mais próximo.
Logo após o atropelamento coletivo promovido pelo carro da Paraíso do Tuiuti, no domingo (26), ambulâncias começaram a enfrentar dificuldades ainda para sair da área de desfile, na Marquês de Sapucaí, por falta de espaço para manobrar em frente ao Setor 1. Marido de Elizabeth Joffre, uma das vítimas, o jornalista Paulinho Carioca contou que demorou 25 minutos para chegar ao Hospital Souza Aguiar (a menos de 2 quilômetros de distância) porque o motorista não sabia o caminho e os controladores de tráfego não liberaram as vias. “Os orientadores de tráfego não tiravam os cones da frente, falaram que não podia passar, que estava proibido”, reclamou, antes de relembrar o longo trajeto a que todos foram submetidos. “Demos volta pela região da Rodoviária Novo Rio e da Cidade do Samba, na Zona Portuária”, conta.
No dia seguinte, o problema se repetiu com os feridos do desabamento do carro da Unidos da Tijuca. Preocupado, Eduardo Gomes chegou a ir até o Sambódromo, onde recebeu a informação de que sua mulher, Erica Gonçalves, estava bem. Tranquilizado, voltou para casa, no prédio conhecido como Balança Mas Não Cai, ao lado da Marquês de Sapucaí. Logo em seguida, recebeu uma foto de Erica sendo atendida pelos bombeiros e correu para o Hospital Souza Aguiar. “Cheguei mais rápido vindo a pé, ela chegou uns 10 minutos depois. O pessoal da ambulância reclamou que falta rota de fuga. Nas ruas interditadas há muitas com um reboque obstruindo o caminho”, contou.