Acordo com a Nasa e detector de raios: como o Rio se prepara para o verão
Cidade passa a adotar nova nomenclatura para os estágios operacionais utilizados pelo COR por níveis inspirados na Escala Richter, numéricos, de 1 a 5
A prefeitura do Rio apresentou, nesta quinta (16), os detalhes do Plano Verão para 2023 e 2024, de prevenção a enchentes, entre outros incidentes provocados pelos temporais. Entre os novos investimentos em tecnologia, estão uma parceira com a Nasa (National Aeronautics and Space Administration) e a compra de um super-radar e de detectores de raios, enchentes e granizo. A cidade passa, também, a adotar nova nomenclatura para os estágios operacionais utilizados pelo Centro de Operações Rio (COR) por níveis inspirados na Escala Richter, numéricos, de 1 a 5. Com isso, o município espera dar uma resposta mais rápida à população em situações de alto risco. A previsão para o município é de chuvas volumosas e muito calor no verão.
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Os investimentos, acumulados desde 2021, chegam a R$ 2,1 bilhões. Segundo a prefeitura, o conjunto de iniciativas, que totalizou 308 ações neste governo, já rendeu ao município, em 2023, os recordes históricos de manutenção do sistema de drenagem e desassoreamento. O plano foi elaborado por mais de 30 órgãos municipais, incluindo secretarias, empresas públicas e subprefeituras. Contenção de encostas, programas de infraestrutura e aquisição de novas tecnologias, além do aprimoramento e efetividade da capacidade de resposta aos eventos, formam a base do conjunto de ações. “O papel que a população pode desempenhar é muito importante, basta acompanhar os alertas do Centro de Operações. O importante é que as pessoas evitem se deslocar pela cidade em caso de chuva muito forte. E aquelas que estão em área de risco entendam que a sirene serve para alertar a população”, reforçou o prefeito Eduardo Paes.
No COR houve um grande investimento em tecnologia, com a compra de mais câmeras, sensores, radar e a ampliação do telão de videomonitoramento. Após ampliar em 40% seu vídeo wall, que passou a ter 104 metros quadrados, composto por 125 telas de 55 polegadas e em alta resolução, um novo radar meteorológico foi adquirido. Com um investimento de R$ 6,8 milhões, via Parceria Público-Privada firmada pela Rioluz, o radar de tecnologia ‘banda X’, é considerado o mais moderno em equipamentos deste tipo e que em dezembro entrará em operação. O novo equipamento foi comprado na Finlândia e é capaz de fazer a leitura de chuva de granizo com antecedência de até três horas e será instalado na Serra do Mendanha, na Zona Oeste. O Rio passa a ser o primeiro município do país a contar com dois radares meteorológicos próprios. As imagens dos equipamentos, assim como já acontece com o que está instalado no Morro do Sumaré, serão disponibilizadas para a população do Rio.
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Outra inovação para o próximo verão é a contratação do Sistema de Monitoramento e Alerta de Descargas Atmosféricas e Tempestades Severas. A ferramenta foi testada pelo Rio no último verão, quando a cidade contabilizou 31.900 raios atingindo o município entre os meses de janeiro e março. O número de câmeras de monitoramento da cidade, que permitem um melhor planejamento durante os eventos também apresentou um crescimento. Em 2022 eram duas mil e, agora, já são três mil e quinhentas. Já a Defesa Civil operacionalizou mais uma ferramenta de comunicação preventiva aos moradores que vivem em áreas de alto risco geológico. Avisos sonoros serão emitidos por sirenes localizadas em 103 comunidades. O objetivo é alertar a população, antecipadamente, que não possuem acesso aos meios de comunicação de massa sobre a chegada de chuva forte no município. O aviso será feito com base nas previsões meteorológicas do Sistema Alerta Rio, órgão de meteorologia da Prefeitura do Rio.
Com a reformulação da nomenclatura dos estágios operacionais que orienta órgãos públicos e a população em situações de impacto, como temporais e alagamentos, termos como “mobilização”, “alerta” e “atenção” são substituídos por números e níveis. A escala continua com cinco estágios que vão do normal (numeração 1) ao mais grave (o 5), e ganham cores de identificação. Sendo assim, o estágio de normalidade passa a ser “estágio 1”, com a cor verde; o de mobilidade virou estágio 2, amarelo; o de atenção agora é estágio 3, laranja; o de alerta foi rebatizado como estágio 4, vermelho; e o de crise, que passa a ser estágio 5, roxo.
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A prefeitura também autorizou o uso de bermudões, calças e bermudas na altura do joelho para os servidores municipais, motoristas de táxis, ônibus, vans e kombis credenciadas, além de trocadores. A mudança visa melhorar a qualidade de trabalho desses profissionais mediante a extrema onda de calor, durante o verão, na cidade. A medida já começa a valer, ao ser publicada em decreto no Diário Oficial, e é válida até março de 2024.