Mais de um mês após o desaparecimento de Edson Davi, a Delegacia de Descoberta de Paradeiros (DDPA) e o Corpo de Bombeiros do Rio seguem nas buscas pela criança de 6 anos. A principal hipótese dos investigadores segue sendo a de afogamento no mar. Apesar de a família do menino acreditar que tenha sido um sequestro. Segundo o médico legista Nelson Massini, em entrevista ao jornal O Globo, após afogamento, a pessoa pode ser encontrada flutuando em até uma semana. Em caso de mar agitado, a localização pode ser mais difícil, pois o corpo pode ser “jogado”, pela força da água, para regiões distantes de onde as buscas estão sendo feitas, como para alto mar.
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No dia 4 de janeiro, quando Edson Davi desapareceu na altura do Posto Quatro, na Barra, salva vidas sinalizaram com bandeiras vermelhas as condições do mar no local, que estava perigoso para banho devido à correnteza. A agitação da água também pode explicar porque o corpo de Edson ainda não foi encontrado. De acordo com Massini, quanto mais tempo exposto no mar, mais difíceis são as chances de encontrar o corpo, já que a água acelera a decomposição. “No dia do desaparecimento, a corrente estava forte e isso pode levar um corpo leve, como o de uma criança, para muito longe. Quando mais tempo no mar, mais acelerada será a decomposição, o que pode atrapalhar as buscas e fazer com que o corpo não seja mais encontrado”, explicou ele. A delegada titular da DDPA, Elen Souto, também afirma que nem todo corpo afogado aparece, principalmente no mar da Barra: “Pode ficar preso em pedras, bem como ser direcionado para alto mar”, disse ela ao jornal.
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Segundo os pais de Edson Davi, o menino não entraria no mar sozinho. Para eles, o filho foi sequestrado enquanto brincava perto da barraca onde ambos trabalhavam, no Posto Quatro. Edson Almeida, pai do menino, afirma que não descuidou da criança em nenhum momento. “Meu coração de pai tem certeza que não foi afogamento. Alguém levou ele e quem conhece a gente também sabe. Eu e minha esposa estamos há um mês sem trabalhar, sem conseguir comer direito, sem conseguir viver, sobrevivendo e cuidando do nosso filho de quase 3 anos, que é autista e precisa de cuidados especiais. Os barraqueiros já fizeram uma vaquinha para nos ajudar, mas o que queremos mesmo é nosso Davi de volta”, disse ele, durante protesto, no último domingo (4).