A Força Nacional de Segurança começou a tomar conta, na terça-feira (5), das cinquenta instalações olímpicas da cidade. Os primeiros 1 500 agentes — dos 5 000 previstos — espalharam-se por lugares como o Parque Olímpico, na Barra, a Arena de Vôlei de Praia, em Copacabana, e a Lagoa, onde vão acontecer as competições de remo. Até a abertura da Rio 2016, a cidade ainda vai ser ocupada por 22 000 integrantes do Exército, da Marinha e da Aeronáutica. Estimada em mais de 85 000 homens, a força de paz, vamos chamar assim, inclui ainda 1 000 policiais militares emprestados de São Paulo, civis e militares do Rio e um serviço de segurança particular, contratado no dia 1º para cuidar da revista da família olímpica nos acessos aos locais de prova. O Rio já viu isso antes. Para ficar em apenas dois exemplos, barricadas foram montadas nas ruas durante a Eco-92 — Conferência da ONU sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento —, e o papa Francisco, na sua passagem pela edição carioca da Jornada Mundial da Juventude, em 2013, contou com muito mais do que proteção divina. De um jeito torto, o prefeito Eduardo Paes, durante entrevista exibida na segunda (4) no canal de notícias CNN, aprovou a chegada da cavalaria. “O estado está fazendo um trabalho terrível. O governo está falhando completamente em seu trabalho de polícia, em tomar conta da segurança pública”, disse. A piora nos índices de violência e a má impressão generalizada, reforçada por episódios como a troca de tiros entre agentes da Força Nacional e bandidos, na noite daquela mesma segunda-feira, dão razão a Paes. O mais provável, porém, é que, como em grandes eventos anteriores, reine certa pax romana durante os Jogos. E depois?
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