Dia desses, um ambulante adentrou o ônibus da linha 309 (Central-Alvorada). Depois de, solene, abordar os problemas de segurança da cidade, lembrou que a situação pode se complicar ainda mais no Carnaval e sacou da bolsa uma arma não letal no formato de lanterna. Ofereceu o produto por 60 reais, uma pechincha, segundo ele, em comparação com os 100 reais cobrados na Rocinha. Os passageiros ouviram as explicações atentamente, e dois deles foram às compras. Ao contrário das pistolas de choque, do tipo taser, de uso exclusivo das forças policiais, o modelo apregoado no 309 está fora da lista de produtos controlados pelo Exército. Pode, portanto, ser comercializado livremente — o que, a julgar pela lábia do vendedor, promete tornar este Carnaval, digamos, eletrizante.