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Depois de ocupar mais de duas dezenas de antigos enclaves do crime organizado, a polícia do Rio de Janeiro se prepara para dar um passo ousado no combate ao crime. No início do mês, foram anunciadas a aposentaria dos fuzis usados pelos agentes da lei nas regiões pacificadas ? o que inclui bairros como Botafogo, Copacabana e Tijuca ? e a troca do armamento pesado por armas não letais. Tal abordagem está em sintonia com o que já vem acontecendo em larga escala nas capitais mais desenvolvidas do mundo, adeptas de uma estratégia com potencial mínimo de agressão e risco. “O armamento de fogo deve ser o último recurso do policial em qualquer situação. Em muitos casos, é preciso aplicar uma dose menor de força, e aí esses novos equipamentos são mais eficientes”, explica o secretário estadual de Segurança, José Mariano Beltrame.
Promover uma mudança desse porte não é uma tarefa simples. O Batalhão de Choque, responsável por testar todo o arsenal da Polícia Militar, está trabalhando duro para capacitar o efetivo à novidade. Treinamentos diários são realizados com seus oficiais e também com os policiais dos batalhões de área. Recentemente, foram formados 440 homens, habilitados a usar pelo menos vinte artefatos (conheça os principais no quadro ao lado). Até dezembro de 2013, a previsão é formar mais 700 membros da corporação. Em paralelo, o Ministério da Justiça doou ao estado há pouco tempo 250 armas de choque e 375 aparelhos para spray de pimenta. “Esse modelo é usado pelas principais polícias do mundo. Estamos falando de um nova mentalidade de segurança, capaz de se apropriar de tecnologias avançadas e realizar um patrulhamento mais eficiente”, diz o tenente Alexandre Ramos, oficial do Batalhão de Choque.
Até 2016, serão aplicados 2,3 milhões de reais em novos equipamentos pela Secretaria de Segurança. Todo esse investimento tem relação direta com os grandes eventos esportivos que o Rio vai sediar nos próximos anos. Ainda assim, há áreas em que não é possível abrir mão do armamento pesado, como o Complexo do Alemão. “Essas favelas eram o coração do Comando Vermelho. É óbvio que os criminosos não vão se conformar facilmente, mas o processo de pacificação continuará. É um caminho sem volta”, afirma o secretário Beltrame. A adoção das armas não letais é mais um passo importante nessa jornada.