O gerente de projetos da Nokia, André Luiz da Cruz, espera ansiosamente pelo mês de outubro. Ele vai tirar férias de trinta dias em Nova York, com a namorada, mas o período não será apenas de caminhadas pelo Central Park, shows na Broadway ou compras nas gigantescas lojas da Times Square. Cruz inscreveu-se em um curso de intercâmbio focado em inglês para negócios, exclusivamente para alunos com mais de 30 anos. Serão quatro semanas na EC English School, com 28 horas de aula, oito delas dedicadas somente aos termos do universo corporativo. “É uma pena que não possa ficar mais tempo”, diz Cruz. “Haveria mais possibilidade de aproveitar a viagem e eu ainda conseguiria ampliar minha rede de contatos profissionais.”
Aulas com esse perfil, ou ainda mais especializadas, têm sido muito procuradas por alunos brasileiros. Tiago España, CEO da empresa de intercâmbios WorldStudy, observa que a crise econômica vem ajudando a movimentar esse segmento. Segundo ele, tem aumentado o interesse por períodos mais curtos no exterior entre os profissionais que estão empregados. “Eles temem sair por muito tempo e perder o emprego”, explica. Já os desempregados buscam programas mais extensos, até para tentar recolocar-se no mercado, que ainda tem o inglês como o principal idioma. Essa, no entanto, não é a única opção. “O francês vem em segundo lugar e o espanhol, em terceiro. Mas temos alunos procurando até cursos de coreano”, afirma. Com apenas 23 anos, a jovem estudante de administração Paula Pires já fez um intercâmbio na Austrália, em 2015, e outro no começo do ano, em Londres, voltado para inglês de negócios, na EC London. Ela tem planos para novas viagens. “Quero passar um tempo estudando em Paris”, conta.
Entre os países de língua inglesa, o Canadá vem despontando desde o ano passado. Isso porque apresenta opções bem variadas de cursos e preços mais atraentes que os de grandes cidades nos Estados Unidos e na Inglaterra. “Mas Nova York e Londres ainda são as localidades mais cobiçadas por quem busca cursos e contatos na área de finanças”, observa João Guilherme Mofati, diretor da agência de intercâmbio cultural Brazilian Exchange. A Califórnia, por sua vez, é o destino preferido de quem trabalha no setor de tecnologia. “E a Nova Zelândia recebe muitos profissionais de turismo receptivo”, acrescenta Mofati. Segundo Isabel Matos, diretora da ICCE Intercâmbios, há cursos para todas as necessidades e orçamentos. Por isso, é preciso saber exatamente o que se quer antes de fechar negócio. Ela dá uma dica: “Quem procura um aprofundamento no inglês de negócios e a formação de uma rede de contatos deve preferir turmas menores, com idade mínima para a matrícula, para aproveitar melhor o investimento”.