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Dez perguntas para…

...Marcelo Serrado,

Por Rafael Teixeira
Atualizado em 5 dez 2016, 14h18 - Publicado em 24 jul 2013, 21h21
Marcelo Correia
Marcelo Correia (Redação Veja rio/)
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1 – Você vive o autista Raymond na adaptação do filme Rain Man, em cartaz no Teatro dos Quatro. Intimida fazer um papel que foi de Dustin Hoffman e lhe rendeu o Oscar?

Sempre há essas comparações, mas isso não me preocupou. Eu pensei: “Vou emburacar no personagem”. Nem quis rever o filme para não ficar influenciado.

2 – Sua atuação tem um tom cômico. Houve alguma preocupação para que não caísse no politicamente incorreto?

O José Wilker (diretor da peça) sempre falava para eu tomar cuidado para não sermos criticados pelos profissionais que trabalham com autismo. Mas eu mirei na realidade, então não tem problema. Se as pessoas riem muito é porque o personagem é engraçado.

3 – Você tem um irmão deficiente. Ele foi uma referência para a composição do personagem?

Dudu não tem autismo exatamente, mas uma síndrome parecida. Embora não tenha sido uma referência direta, sempre convivi muito com autistas por causa dele. Durante a preparação da peça, visitei ainda instituições que cuidam dessas pessoas. A ideia era entender, de fato, o universo interior delas.

4 – Também está em cartaz na cidade a stand-up comedy

Tudo É Tudo e Nada É Nada, o primeiro texto escrito por você. Podemos esperar mais trabalhos como autor? Estou finalizando para o Rafael Infante (com quem Serrado contracena em Rain Man) um texto chamado Caiu na Rede É Peixe, que eu também vou dirigir. E ainda tem Dizem que Sou Louco por Amar Assim, que vai ser dirigido pelo Ney Latorraca, e A História dos Amantes, pelo Otávio Müller. As coisas estão saindo da gaveta.

5 – Em que pé está Crô ? O Filme, em que você volta ao personagem que fez na novela Fina Estampa?

Está na fase de montagem e tem previsão de estreia para novembro. Há um teaser no YouTube com mais de 100?000 visualizações. É um filme leve, família. Tem algo dos primeiros longas do Jerry Lewis.

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6 – Você esteve em uma das recentes manifestações que mobilizaram o país. Qual foi a sua motivação?

Eu vejo a minha empregada tendo de pegar quatro ônibus para chegar em casa, e às vezes não há condução. Da mesma forma, acho absurdo não existir um bom sistema de saúde. Todo mundo está com esse sentimento de que não dá mais.

7 – Em tempos de Marco Feliciano, o filme do Crô, que é homossexual, tem algum papel político?

Não vejo assim. O filme não tem essa pegada. Mas me surpreendi quando, ao chegar à manifestação, as pessoas começaram a xingar o Feliciano e gritar “O Crô é nosso!”.

8 – Dizem que você é muito vaidoso. Será essa a sua característica comum com o Crô?

Eu tenho uma vaidade normal ? malho e me cuido. Mas não sou um metrossexual. Acho até que deveria me cuidar mais.

9 – Como anda a música, atividade à qual você sempre foi ligado?

É completamente presente. Toco piano, violão e gaita. Um dos textos que escrevi e um papel que vou fazer em breve na televisão têm a ver com música. Vou viver no cinema o maestro João Carlos Martins. Saber música foi fundamental para a minha carreira.

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10 – Aos 46 anos, fazendo sucesso como nunca, você sente que foi redescoberto depois da maturidade?

Acho que cada um tem a sua hora. Você tem de estar preparado para a oportunidade, mas há o fator sorte. Eu tive quando recebi o convite para o Crô. Quase sempre é um detalhe que faz de você um sucesso.

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