A previsão era de ressaca no mar a partir desta quarta (21), com alerta emitido pela Marinha e tudo. Mas o que só os surfistas mais experientes sabiam é que, graças a uma conjunção de fatores, tudo indicava que uma das maiores e mais raras ondas do país quebraria em condições épicas nesta semana. Não deu outra: paredões de até seis metros de altura foram avistados – e devidamente surfados – na Laje da Besta, na Baía de Guanabara, tanto na quarta (21) quanto na quinta (22). “Quem diria que na Baía de Guanabara eu iria surfar a minha maior onda no Brasil!”, comemorou Pedro Scooby.
A onda é rara e quebra em condições bastante específicas, sobre uma bancada de pedras na entrada da Baía de Guanabara. Chegar ao lugar certo e se posicionar corretamente é para experts: a correnteza é muito forte e as águas profundas, no entorno da laje, são traiçoeiras. Para que quebrasse com este tamanho e formação, era necessário entrar uma ondulação de sul-sudeste (SSE), com boa variação de maré e ondas de cinco a seis metros, vistas de frente. Ventos muito fortes poderiam estragar tudo, mas no fim deu tudo certo, e o grupo de surfistas que monitorava pela internet todas essas variantes partiu para o point assim que o sol nasceu, em dois dias seguidos.
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Surfar a Besta é um desafio até para quem está acostumado a condições extremas. “Exige muito da equipe em vários fatores, desde a navegação para chegar até a onda, estrutura e logística e muito condicionamento físico para poder desafiar uma das maiores ondas do Brasil”, escreveu Alemão de Maresias em seu Instagram. Ele tem lugar de fala: além de ser um dos mais respeitados big riders do país, faz parte da equipe de salva-vidas da Praia de Nazaré, em Portugal. Sim, Nazaré, “O” point mundial de ondas gigantes.
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O grupo que desafiou a Besta inclui também Lucas Chumbo, Lucas Fink, Eric de Souza, Lucas Medeiros, Pedro Velasco, Carlos Burle, Caio Vaz e a franco-carioca Michelle des Bouillons. Ela também costuma ser vista no outside da praia de Nazaré e é a primeira mulher a surfar na laje da Baía de Guanabara – segundo a surfista, uma das ondas mais difíceis que já encarou.
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