A prefeitura publicou na sexta (30) uma Manifestação de Interesse da Iniciativa Privada (MIP) — mecanismo previsto na legislação — para que empresas e consórcios se proponham a realizar estudos sobre a viabilidade técnica e econômica de um projeto que ligue o Santos Dumont e o Galeão pela Baía de Guanabara. A ideia de facilita o acesso à Ilha do Governandor vem a reboque da possibilidade de o Aeroporto Internacional do Rio receber mais voos, diante da decisão de limitar as chegadas e as partidas do terminal doméstico. O município já recebeu uma proposta neste sentido. Outros interessados têm 20 dias para demonstrar a vontade de fazer proposições nessa mesma linha.
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Em entrevista ao jornal O Globo, o secretário de Coordenação Governamental, Jorge Arraes, após a seleção do projeto que melhor atender às necessidades do município, será lançada uma licitação para a escolha do concessionário que irá explorar o novo serviço: “Espero estarmos aptos a colocar a licitação na rua no segundo semestre deste ano. É do interesse da prefeitura dar vida ao Galeão”.
Pelo MIP já protocolado, a intenção é que as embarcações saiam de um trecho da Marina da Glória (concessão municipal), em frente ao Shopping Bossa Nova (junto ao Santos Dumont). Elas se deslocariam quase em linha reta, até uma área na entrada da Ilha do Governador, onde está sendo erguido um polo de educação, saúde e sustentabilidade, o Aldeya Life Park. De lá, haveria um serviço (de van ou ônibus) para levar os passageiros até os dois terminais do Tom Jobim. Entre os estudos a serem realizados pelas empresas interessadas estão o de fluxo de demanda atual e para os próximos 20 anos, o de impacto ambiental e o de modelagem financeira.
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A intenção é implantar um serviço de transporte mais rápido e seguro. O grupo empresarial que apresenta a MIP é liderado pela Technion Engenharia e Tecnologia, subconcessionária da Rio Galeão que está implantando o Aldeya, numa área de 150 mil metros quadrados. Seus outros parceiros são a Ilha Open Mall e a Netuno Transportes Marítimos. Num estudo inicial, o trajeto do Centro à Ilha poderia ser feito entre 11 minutos e 16 minutos. Uma das possibilidades é usar os chamados hovercrafts, veículos anfíbios que ficam sobre colchões de ar pressurizados. Como o calado dessas embarcações não é profundo, sua navegabilidade na Baía de Guanabara, que tem trechos muito rasos, seria facilitada. Numa estimativa inicial, que consta do MIP, cada uma delas custaria R$ 80 milhões. A previsão é que sejam necessários ainda entre R$ 50 milhões e R$ 80 milhões por terminal, para obras civis de construção de cada píer de atracação das embarcações, além da construção de acessos para os passageiros.