Uma conjunção de fatores – entre eles, a histórica falta de saneamento na região – acabou proporcionando todos os ingredientes necessários para mais uma mortandade de peixes na Barra. “Estamos na lua cheia, que traz movimentos de maré mais intensos, e com o mar de ressaca. A água salgada entra na Lagoa da Tijuca, e por ser mais pesada, acaba remexendo o fundo e liberando de uma vez só todos os gases que estavam lá embaixo“, explica o biólogo Mario Moscatelli. E aí é tiro e queda: os peixes não resistem.
Zona Sul é a região mais infectada pelo novo coronavírus
Mario explica que o esgoto continua chegando sem tratamento às águas da lagoa, “essa imensa latrina”, e, na ausência de oxigênio, os dejetos são decompostos, gerando metano e gás sulfídico. Vem daí o cheiro ruim (“Aquele odor característico de ovo podre”), que incomoda os humanos e acaba matando os peixes intoxicados. Morador do Jardim Oceânico, o biólogo diz que, assim como seus vizinhos, passou por uma experiência de quase tortura nestes dias mais recentes de isolamento social, em decorrência da pandemia de coronavírus. “Como não podemos sair, eu e minha esposa estávamos em casa e tivemos que fechar as janelas porque parecia que estava com um vazamento de esgoto na nossa sala”. Mais de 300 quilos de tilápias e robalos foram retirados das águas da Lagoa da Tijuca nesta segunda-feira (6).
+ Para receber a Veja Rio em casa, é só clicar aqui.