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Bel Kutner: “Os centro culturais não têm orçamento nem para acender a luz”

A atriz participou da série Colunistas Ao Vivo e refletiu sobre o papel da arte durante a pandemia

Por Bruna Motta
Atualizado em 19 out 2020, 15h06 - Publicado em 17 set 2020, 17h22
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Bel Kutner: Já estávamos engatinhando com o teatro filmado, mas com a pandemia isso virou uma questão de vida ou morte (Flavio Colker/Divulgação)
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A atriz Bel Kutner participou, nesta quarta (16), da série Colunistas Ao Vivo e refletiu sobre como a cultura tem encarado os desafios da pandemia causada pelo novo coronavírus. “Amor à arte não paga o salário da equipe”, disse ela durante o bate-papo conduzido pela repórter Marcela Capobianco, que também abordou a ligação da atriz com a cozinha. “Quem não engordou na quarentena não tem caráter”, disse, rindo.

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No fim da conversa, feita através do perfil do Instagram de VEJA Rio, a atriz indicou um livro que, segundo ela, foi um importante estudo no período de isolamento, porque traça um panorama das redes sociais e da disseminação de fake news. Abaixo, alguns destaques:

Narciso em Férias

“A gravação do documentário sobre a prisão de Caetano Veloso foi na Cidade das Artes, enquanto eu era diretora artística. Tive momentos incríveis por lá, mas esse foi especial. Fiquei num cantinho, assistindo às filmagens e chorando. Foi muito visceral ver o Caetano abrir seu coração para contar esse momento surreal da vida dele. Vale a pena demais assistir. As pessoas precisam ver para entender o contexto histórico do nosso país”

Cidade das Artes

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“Foram três anos de gestão para abrir aquela casa. Nosso objetivo era manter o equipamento funcionando, com todas as aquelas burocracias de um órgão público. O problema não é ter ou não dinheiro, a questão é saber se organizar. Nossos centros culturais não têm um orçamento realista nem para acender a luz. Não estou nem falando das leis de fomento e dos patrocínios. A Cidade das Artes é grande e democrática. Cabe de tudo lá dentro. Tivemos musicais incríveis como o Noviça Rebelde, ao mesmo tempo em que rolava um show de rap na área externa e uma peça experimental em outra sala”

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Teatro respira por aparelhos

“Já estávamos engatinhando com o teatro filmado, mas com a pandemia isso virou uma questão de vida ou morte. Estou adorando assistir a montagens que reúnem públicos do mundo inteiro. Fiz uma sessão no último fim de semana on-line e foi muito bacana. O teatro propicia a troca, o diálogo, e estamos precisando disso mais do que nunca”

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Futuro

“A gente vive do ingresso, não é possível pagar a equipe só com amor à arte. Os orçamentos dependem do público na plateia. Acredito que o teatro on-line pode ser sim uma realidade no futuro, mas será preciso analisar como isso vai ocorrer. Penso em, de repente, abrir a transmissão on-line apenas para outros estados. O teatro é um templo sagrado. É legal assistir a peças em casa, mas espero que as pessoas, quando voltarem às plateias, lembrem-se de que não estão em casa”.

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Novela

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“Eu estava gravando Nos Tempos do Imperador, próxima novela das seis, quando a pandemia interrompeu tudo. Temos cerca de vinte capítulos gravados e devemos retornar ao set no início de 2021. Estou torcendo para que a vacina saia esse ano. Eu quero acreditar que sim”.

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Bolos

“Acabei virando boleira profissional porque meu filho é apaixonado por boloso e quase todo dia me pedia para preparar. Agora eles estão à venda no Zazá Café. A culinária me lembra a minha avó. A mãe da minha mãe cozinhava muito e eu sempre gostei de fazer doce, desde criança. Açúcar é nossa alegria”.

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Indicação de livro

Engenheiros dos caos – Giuliano Da Empoli

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