O novo prédio da Biblioteca do Museu de Astronomia e Ciências Afins (Mast) foi inaugurado nesta segunda (23) encerrando as comemorações de 30 anos da instituição. Especializada em astronomia, história da ciência, museologia, patrimônio de ciência e tecnologia, a biblioteca é aberta ao público, com visita de segunda a sexta-feira. O Mast fica em São Cristóvão, na zona norte do Rio de Janeiro, no mesmo terreno do Observatório Nacional.
O novo espaço foi batizado de Henrique Morize, astrônomo francês naturalizado brasileiro que participou da Missão Cruls e foi diretor do Observatório Nacional por 20 anos. São três pavimentos, com área total de 1.200 m², equipado com salas de consulta, espaços multimídia, três salas de aula, uma sala de professores e a secretaria do Programa de Pós-Graduação em Preservação de Acervos de Ciência e Tecnologia (PPACT). A construção custou R$3 milhões e foi financiada com recursos da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), órgão vinculado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação.
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O novo prédio é espaçoso, com instalações modernas para consulta ao acervo. No próximo ano está prevista também a instalação de uma videoteca e uma biblioteca infantil, com área para oficinas.
Bibliotecária da equipe do Mast, Lúcia Lino destaca que o espaço anterior, uma sala de 105 metros quadrados dentro do próprio museu, já não comportava o tamanho do acervo, que chegou a 27 mil títulos, e todos os serviços oferecidos aos diferentes públicos. “É um ganho indescritível. A gente atendia o usuário, estudante, pesquisador, tudo. As pessoas consultavam a internet, tiravam xerox, tudo no mesmo lugar. Aqui [no primeiro andar] é o espaço para quem quer estudar, fazer uma pesquisa na base. Lá no espaço de inclusão digital vai ter as atividades culturais, vai receber grupos de escola”.
Durante a cerimônia de inauguração, também foi assinado o acordo de comodato do acervo da Academia Brasileira de Ciências (ABC), que ficará sob os cuidados do Mast. São 5.568 livros, 2.167 obras e periódicos de referência, 2.973 trabalhos acadêmicos, 1.751 folhetos e 386 obras raras ou especiais.
A diretora do Mast, Heloísa Bertol, explica que a instituição pretende ser oficialmente a fiel depositária do patrimônio científico e tecnológico brasileiro, função que, de acordo com ela, já exerce. Para isso, será apresentado um projeto para aprovação no Congresso Nacional. De acordo a diretora, isso vai oficializar o que já está sendo feito, que é a preservação dos acervos, tanto documentais – os arquivos particulares dos cientistas – quanto os instrumentos científicos que vêm de outras instituições. “Isso dá uma garantia às pessoas que depositam esse material aqui, de que vai ser guardado perenemente”, afirma.
Ciência e tecnologia
Presente à inauguração, o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Celso Pansera, destacou que a biblioteca atenderá a uma demanda do Mast, que tem a função de fazer e transmitir conhecimento. “A biblioteca vem complementar uma estrutura de uma instituição com uma importância do conhecimento científico e histórico que nós temos aqui no Mast. Todo esse acervo, esse grupo de pesquisadores, de professores, e agora tem uma biblioteca adequada às necessidades”.
O ministro também destacou outros avanços na área de ciência e tecnologia, como o edital universal para instituições de pesquisa em todo o país, que deve ter nova edição lançada até o fim do ano; a pesquisa da fosfoetanolamina, para verificar se a substância tem efeitos terapêuticos sobre o câncer; a segunda fase do programa Ciências sem Fronteira, em parceria com o Ministério da Educação; e a aprovação do PLC 77 na Câmara dos Deputados e que tem previsão para ser votada na próxima quarta-feira (25) pelo Senado.
Para o ministro, o PLC 77 passará a ser um código brasileiro da ciência, tecnologia e inovação. “É um marco fundamental para o Brasil, no que diz respeito à pesquisa nas universidades e nos institutos de pesquisa e na relação das instituições de pesquisa com a inciativa privada, com o setor produtivo. Também dá mais solidez para os pesquisadores do ponto de vista do seu direito de propriedade sobre as patentes e como se relaciona também com o setor produtivo. Isso será talvez a maior das notícias no Brasil esse ano na área de conhecimento, ciência e tecnologia”, explicou Pansera.
Cortes no orçamento
Sobre cortes no orçamento, o ministro disse que ainda está acertando com o Ministério do Planejamento para adequar a pasta às necessidades do governo, mas ainda não foram definidas os setores ou instituições afetados. “Estamos trabalhando muito para que esses cortes sejam mais na área administrativa e menos na área de pesquisa, na vida dos institutos, estamos fazendo um esforço para que circunscreva grande parte dos cortes dentro da estrutura dos ministérios. Isso tudo estamos conversando com o Planejamento e devemos anunciar nos próximos dias como ficará a estrutura dos ministérios e o tamanho dos cortes”.