Dois bons motivos para brindar com cerveja bem gelada. E com direito a rodas de samba. Ícones da boêmia carioca, os bares Bip Bip, em Copacabana, e Amarelinho, na Cinelândia, reabrem nos próximos dias. O primeiro na sexta-feira (12). O outro no próximo dia 20, um sábado.
Para começar tem o pequeno Bip Bip, que estava fechado desde o início da pandemia, em março de 2020. O bar, de apenas 18 metros quadrados, volta a funcionar em grande estilo, com trilha sonora – ao vivo, claro – em homenagem a Paulinho da Viola e João Nogueira. Afinal, mesmo quando esteve fechado, a tradição musical do espaço que entrou no mapa da boêmia graças à personalidade de seu dono, Alfredo Jacinto Melo, o lendário Alfredinho, foi mantida: foram mais de 700 horas de lives no Instagram do bar. Tudo para honrar a tradição do espaço onde já se apresentaram nomes como Beth Carvalho, Paulinho da Viola e Moacyr Luz.
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Tombado como Patrimônio Cultural Carioca em 2012, o Bip Bip foi aberto em 13 de dezembro 1968, dia em que foi assinado o AI-5, decretado pela ditadura militar. O nome foi uma homenagem ao primeiro satélite artificial russo, o Sputnik, lançado em 1957, por conta do som que ele emitia. Alfredinho, que assumiu a casa em 1984 e morreu em 3 de março de 2019, era o coração do Bip Bip. Ali nunca houve garçons. Os clientes se serviam de cerveja diretamente do freezer. Ele só ia anotando o que era consumido. Seus amigos, com aprovação da família, tocaram o negócio de lá para cá.
Já o tradicional Amarelinho da Cinelândia, também fechado por causa da pandemia, agora faz parte da rede de botecos Belmonte. E reabre suas portas após uma reforma na cozinha iniciada em outubro. Para das as boas vindas, lá estarão Moacyr Luz e o Samba do Trabalhador, além de 60 barris de chope: o brinde à reinauguração será por conta da casa, das 14h às 18h do dia 20. A promessa do novo dono, o empresário Antônio Rodrigues, é que só muda o atendimento, para melhor.
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O Amarelinho foi fundado em 1921, na Cinelândia, que, à época, por abrigar teatros e cinemas frequentados pela elite carioca, era considerada a “Broadway brasileira”. O nome é atribuído à cor de suas paredes. Nas mesas do bar – então tocado pelo espanhol José Lorenzo Lemos – foram discutidos temas como Semana de Arte Moderna e início da Era Vargas. Entre os fregueses estiveram Vinicius de Moraes, Oscar Niemeyer, Mário de Andrade e grandes artistas do Cassino da Urca.