Continua após publicidade

Por que o bloco Escravos da Mauá, criado em 1992, chegou ao fim?

Cortejo anunciou que o evento que acontece dia 17 de setembro no Circo Crescer e Viver, na Praça Onze, é a sua despedida

Por Kamille Viola
1 set 2022, 14h47
  • Seguir materia Seguindo materia
  • Fim de uma era: criado há trinta anos, o tradicional bloco Escravos da Mauá anunciou que não irá mais desfilar. Em sua página no Facebook, o bloco divulgou uma carta aberta que revela que a festa anunciada para o dia 17, no Circo Crescer e Viver, marca o encerramento de um ciclo para o cortejo.

    + ‘Puxadinho de luxo’ é demolido em cobertura de prédio da Zona Sul

    Na mensagem, os fundadores do bloco lembram que, quando resolveram criá-lo, em 1992, a Praça Mauá era um lugar bem diferente do que é hoje. “Onde hoje está o Museu do Amanhã havia um píer interditado, abandonado. Um terminal rodoviário e uma delegacia da polícia civil ocupavam o prédio onde atualmente navega exuberante o MAR, Museu de Arte do Rio. O elevado da Perimetral e os maltratados armazéns portuários escondiam completamente a vista da Baía de Guanabara“, enumera o texto.

    Compartilhe essa matéria via:

    “Nosso bloco não foi o autor dessas mudanças. Mas nos orgulhamos de ter contribuído para que a região, a gente e a história do lugar fossem percebidas no seu verdadeiro valor, com o reconhecimento merecido por tantas lutas inglórias“, diz outro trecho.

    + Tentativa de assalto em shopping da Tijuca quase termina em tragédia

    Continua após a publicidade

    Eles afirmam acreditar que é preciso dar espaço para novas iniciativas na região. “Vemos assim com alegria, fé e muita esperança a chegada desses novos ares que trarão, certamente, espaços que precisam ser ocupados, desafios que atrairão novas paixões e a garra de muita gente jovem. Novos protagonistas, com a força e a legitimidade que são imprescindíveis para um novo tempo“, prossegue a carta. A íntegra do texto pode ser lida no site do Escravos da Mauá.

    + Companhia aérea lowcost abre novos voos do Rio para a Argentina e o Chile

    O bloco Escravos da Mauá foi fundado em 1992 por um grupo de amigos, quase todos funcionários do INT — Instituto Nacional de Tecnologia, que tem sede na Avenida Venezuela, nos arredores da Praça Mauá, então uma região degradada e um tanto esquecida pelo poder público. O primeiro desfile aconteceu no Carnaval de 1993. O cortejo percorria as ruas do bairro da Saúde e seu nome faz referência ao fato de que o Cais do Valongo, que fica na região, foi o maior porto de desembarque de africanos escravizados nas Américas.

    Continua após a publicidade

    + Em meio a carregamento de madeira, polícia encontra 6 toneladas de maconha

    A Zona Portuária hoje passa por um resgate da importância de sua história, sendo parte da chamada Pequena África. Depois da proibição do tráfico negreiro, em 1831, a região se tornou um lugar que acolheu negros de diversos lugares do país. Ali, floresceu boa parte da cultura da cidade.

    + Sem patrocínio, Teatro Leblon pode fechar as portas em menos de dois meses

    Continua após a publicidade

    A despedida do bloco acontece no Circo Crescer e Viver (Rua Carmo Neto, 143, Cidade Nova), dia 17 de setembro, das 17h às 23h. As entradas custam de 10 a 20 reais, à venda pelo Sympla.

    + Para receber VEJA RIO em casa, clique aqui

    Publicidade
    Publicidade

    Essa é uma matéria fechada para assinantes.
    Se você já é assinante clique aqui para ter acesso a esse e outros conteúdos de jornalismo de qualidade.

    Semana Black Friday

    A melhor notícia da Black Friday

    Impressa + Digital no App
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital no App

    Informação de qualidade e confiável, a apenas um clique.

    Assinando Veja você recebe mensalmente Veja Rio* e tem acesso ilimitado ao site e às edições digitais nos aplicativos de Veja, Veja SP, Veja Rio, Veja Saúde, Claudia, Superinteressante, Quatro Rodas, Você SA e Você RH.
    *Para assinantes da cidade de Rio de Janeiro

    a partir de 35,60/mês

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.