Está sob investigação um esquema de rachadinha que envolve políticos do Rio, levado a cabo na véspera da campanha eleitoral, e denunciado pelos contratados para o falso projeto de pesquisa da Universidade do Estado do Rio (Uerj). A maior parte do pagamento das folhas secretas era repassado para o esquema criminoso através de boletos ou Pix.
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Os bolsistas recebiam a maior bolsa paga pela universidade, de R$ 34 mil brutos mensais, dinheiro pago pelo Governo do Estado, e tinham que repassar para os operadores que os indicaram para as vagas. Sob condição de anonimato, quatro pessoas falaram que foram envolvidas no esquema entre junho e agosto de 2022, em projeto de educação profissional. Quase metade dos 92 contratados com as maiores bolsas fez saques em dinheiro que somaram R$ 2,2 milhões.
Três bolsistas disseram que repassaram as remunerações por meio do pagamento de boletos de empresas, sem revelar os nomes das firmas. Dois desses bolsistas contaram que ficaram com a mesma quantia de R$ 2.000 por mês, e que o restante do dinheiro, cerca de R$ 23 mil, foi usado para pagar os boletos. Somente essa dupla irrigou o esquema com quase R$ 92 mil em três meses. Ambos foram indicados para o projeto por pessoas ligadas a candidatos a deputado no RJ. Temendo represálias, eles não quiseram dizer quem são os políticos.
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A Uerj disse ao portal UOL, autor da reportagem, que vai apurar as denúncias e que “serão adotadas as providências legais cabíveis, seja no âmbito interno, seja por meio dos órgãos de controle, que têm recebido permanentemente os resultados dos procedimentos internos da universidade“.