Marcado por tiradas ácidas, pelo raciocínio veloz e pela alta capacidade de improvisação, o tipo de humor praticado pela nova geração de comediantes teve logo sua qualidade reconhecida, mas era visto também como elitizado demais, distante do grande público, habituado a um jeito mais simples de fazer rir. O grande mérito do ator e roteirista Bruno Mazzeo neste ano foi provar que, sim, é possível agradar às massas com piadas ágeis e afiadas. Seu filme Cilada.com estreou em junho com ares de campeão. Já no primeiro fim de semana, cravou a marca de maior abertura do cinema nacional no ano, arrastando 441?000 pessoas para as salas de exibição. Hoje, acumula 3 milhões de espectadores e uma arrecadação de 28 milhões de reais (quase seis vezes o valor investido na produção). ?Eu nunca imaginei que o filme ia ser tudo isso?, diz.
Embora inesperado em suas dimensões, o sucesso de Bruno não tem nada de acidental. Filho de Chico Anysio e da atriz Alcione Mazzeo, é roteirista da Rede Globo desde 1991. Escreveu para programas como Escolinha do Professor Raimundo, Chico Total, Sai de Baixo e A Diarista. Atuou ainda em nove peças, três novelas, quatro seriados e dois filmes, além do Cilada.com. Aos 34 anos, está envolvido em dois novos projetos. Prepara-se para lançar o longa-metragem Vai que Dá Certo?, sobre um grupo de amigos que resolve assaltar um carro-forte, e finaliza as filmagens de E Aí, Comeu?, comédia sobre o esforço dos homens para entender as mulheres. Fórmulas prontas para mais gargalhadas, é claro.