Viralizou nesta semana nas redes sociais um vídeo sobre uma experiência um tanto diferente no Rio: uma festa sem álcool com direito a saudação ao cacau puro, set de músicas xamânicas e meditação. Nos comentários da publicação no Instagram, usuários se dividiram entre elogios e críticas à iniciativa. “Isso parece um vídeo do portas dos fundos”, disse um comentário. “Que bobagem branca é essa?”, questionou outro perfil.
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Quem fez o relato de como ocorreu a festa Seiva, no Alto da Boa Vista, foi o professor de yoga Pedro Belini, que participou do evento em maio deste ano. O jovem descreveu cada etapa do “rolé” alternativo: tudo começou com uma sessão de respiração profunda para, segundo ele, “baixar a frequência da mente e sintonizá-los em uma vibração mais elevada”. Em seguida, foi a hora de saudar o cacau puro, momento em que todos tomaram juntos uma bebida à base do fruto “mentalizando coisas coisas”.
Mesmo sem álcool, a festa contava com iluminação colorida e trilha sonora para fazer os participantes dançarem – um set descrito como “envolvente, tribal, xamânico e eletrônico”, tocado pelo DJ por três horas. Segundo Belini, o cacau o deixou mais sensível à música, às pessoas e aos toques. “Sentia meu corpo vibrar de alegria e êxtase”, descreveu ele.
Não demorou para surgir na internet uma paródia do depoimento, feito pelo perfil @malhassaum, que ficou conhecido nas redes pelos vídeos engraçados ironizando os cariocas. O ator Dig Verardi, um dos integrantes da conta, imita o vídeo original, destacando a comicidade das falas.
Uma vez que a festa não tinha bebidas alcóolicas, internautas passaram a questionar se o cacau puro mencionado no vídeo não teria efeito alucinógeno, observado no uso de drogas como ecstasy. Mas especialistas em cerimônias que usam o fruto considerado sagrado descartam essa possibilidade.
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“Alucinógeno é algo que está associado à ideia de alucinação, algo que te desconecta de alguma forma da realidade. E acredito que o cacau é o oposto disso, ele nos traz para realidade, para nossa verdade interior, para aquilo que o corpo está sentindo”, disse em um vídeo a instrutora Marília Lins, dona de um perfil que se aprofunda sobre o cacau sagrado para uso em rituais e processos terapêuticos.