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Após quatro dias de sol no Carnaval, Cacique Cobra Coral descansa

Contrariando a previsão, a folia carioca teve tempo bom até a noite de terça (21), o que levou os internautas a atribuir o feito à fundação

Por Kamille Viola
Atualizado em 23 fev 2023, 10h22 - Publicado em 22 fev 2023, 15h32
A multidão vista de cima no bloco Sargento Pimenta, no dia 20 de fevereiro de 2023, no Aterro, com o Morro da Urca e o Pão de Açúcar ao fundo, em dia ensolarado.
Bloco Sargento Pimenta: desfile em dia de sol, a despeito da previsão de chuva durante o Carnaval - (Wagner Meier/Riotur)
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Contrariando as previsões de chuva durante o Carnaval, o Rio teve tempo bom durante toda a folia, com chuva apenas na reta final, na noite de terça (21). A boa surpresa rendeu comentários bem-humorados e memes atribuindo o feito à Fundação Cacique Cobra Coral, organização esotérica que afirma ser capaz de intervir nas condições climáticas para não atrapalhar a realização de eventos.

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Os elogios à entidade logo se espalharam pelas redes. A jornalista Barbara Schneider brincou no Twitter que não existe ateu no Rio. “Todo mundo acredita no Cacique Cobra Coral. O que rolou nesse final de semana vale canonização…”, comentou.

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Também jornalista, Marcello Neves enumerou os supostos feitos da entidade em um post:

Incrível a Fundação Cacique Cobra Coral.

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– Antes do carnaval, 10 dias de tempo instável e chuva.

– Durante, calor a pino e dois sóis para cada.

– Agora a cidade presencia um dilúvio. Não há explicação física ou religiosa. É preciso apenas aceitar o poder da instituição.

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O historiador Luiz Antonio Simas foi outro que exaltou a eficiência da fundação. “O carioca pode ser ateu, macumbeiro, crente, católico, judeu, muçulmano… Todos nós, porém, temos nossas diferenças cerzidas por uma mesma crença: somos devotos do Cacique Cobra Coral. Aliás, Devotos de Seu Cobra Coral é ótimo nome para um bloco”, sugeriu.

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Daniella Dias, jornalista, também elogiou a organização de forma divertida, fazendo uma alusão a uma passagem bíblica. “Depois de proporcionar uma reviravolta na meteorologia carioca, Cacique Cobra Coral autoriza e começa a chover nas últimas horas do carnaval do Rio. E, no quarto dia, descansou”, brincou.

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O jornalista Thales Machado contabilizou o período de ação da fundação. “E chove no Rio pela primeira vez às 20h50 do último dia de Carnaval. Foram quase 93 horas de invencibilidade em um feriado com previsão de aguaceiro desde sábado. Não há como não reconhecer a competência da Fundação Cacique Cobra Coral. Como disse o @lpfortes, imposto bem investido.

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Com a repercussão dos comentários, a entidade fez um post contando um pouco de seu trabalho ao lado do poder público no Rio. “Uma parceria de três décadas, iniciada em 1988 no governo Moreira Franco, dado continuidade via prefeitura do Rio de Janeiro nos governos Cesar Maia e Eduardo Paes, através de convênios operacionais”, descreve o texto.

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A fundação frisa, no entanto, que não há custos para os cofres públicos para a sua atuação, e sim obrigações ambientais e reciprocidade operacional via prefeitura, em obras de engenharia nas ruas que visem minimizar os fenômenos climáticos, como a intervenção na Praça da Bandeira realizada na primeira gestão de Paes, e investimento em ciência e tecnologia, como no caso do sistema Alerta Rio.

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A Fundação Cacique Cobra Coral garante que combate os efeitos e os governos conveniados, as causas. E comparou sua atuação à de um airbag. “Sua contratação não significa que o automóvel não irá sofrer colisão. Mas, que se ocorrer, os danos ao motorista serão bem menores do que sem o airbag”, diz o texto.

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Criada em 1931 em Guarulhos (SP), além do Rio, a fundação já teve parcerias com os governo de São Paulo e do Distrito Federal, além de ter participado de uma reunião com o Ministério de Minas e Energia a respeito da crise hídrica que secou reservatórios de hidrelétricas, em 2021. A entidade chegou a ter o escritor Paulo Coelho como vice-presidente entre 2004 e 2006. Atualmente, é presidida pela médium Adelaide Scritori.

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