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Cais do Valongo é reconhecido Patrimônio Cultural da Humanidade

A decisão foi feita pelo Comitê do Patrimônio Mundial, ligado a Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (Unesco)

Por Agência Brasil Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 10 jul 2017, 12h44 - Publicado em 10 jul 2017, 12h43
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  • Cais do Valongo
    (Iphan/Divulgação)

    O Cais do Valongo, no Rio de Janeiro, principal porto de entrada de escravos nas Américas ao longo de três séculos, recebeu o título de Patrimônio Cultural da Humanidade domingo (9). O reconhecimento da importância histórica e cultural deste sítio, localizado na zona portuária da capital fluminense, foi feito pelo Comitê do Patrimônio Mundial, ligado a Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (Unesco), em reunião anual que ocorreu na Cracóvia.

    O título não se traduz em benefícios financeiros diretos, mas coloca o Cais do Valongo no mesmo patamar de importância histórica de outros patrimônios mundiais mais conhecidos, como o Campo de Concentração de Auschwitz, na Alemanha, e da cidade de Hiroshima, no Japão, que foram reconhecidos como locais de memória e sofrimento da humanidade.

    O Brasil recebeu cerca de 4 milhões de escravos nos mais de 3 séculos de duração do regime escravagista, o que equivale a 40% de todos os africanos que chegaram vivos nas Américas, entre os séculos 16 e 19. Destes, aproximadamente 60% entraram pelo Rio de Janeiro, sendo que cerca de 1 milhão deles pelo Cais do Valongo.

    O título tem o objetivo de reconhecer a importância do local e dos africanos que lá desembarcavam para a formação cultural, social e econômica do Brasil. E ainda a sua relevância para toda a humanidade como símbolo da violência que a escravidão representa.

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    Candidatura

    O Cais do Valongo foi o único sítio inscrito pelo Brasil para concorrer ao título este ano. A candidatura foi apresentada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e pela prefeitura do Rio de Janeiro e aceita pelo comitê em 2015.

    Na oportunidade, foi apresentado dossiê com detalhes da história do tráfico negreiro para o país e o que o trabalho escravo significou para a economia brasileira entre os séculos 16 e 19. O trabalho, coordenado pelo antropólogo Milton Guran, também demonstrou que a importância do sítio arqueológico não está ligada apenas aos afrodescendentes, mas a toda a população brasileira.

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