Como foi o primeiro fim de semana com caixas de som proibidas nas praias
Medida dividiu opiniões, mas reação foi silenciosa. Fiscalização foi 'educativa', pois ainda será publicada resolução detalhando as penalidades a infratores
O primeiro fim de semana após o decreto da prefeitura que proibiu o uso de caixas de som nas faixas de areia da cidade, publicado na última terça (26) foi de silêncio, apesar de a medida ter dividido opiniões. Segundo a Guarda Municipal, as equipes da corporação “estão realizando abordagens orientativas e educativas sobre a proibição de caixas de som nas praias”. E por enquanto, segundo a Secretaria municipal de Ordem Pública (Seop), a ação é mesmo só de conscientização, pois esta semana será publicada uma resolução detalhando as penalidades para quem infringir a lei. Só depois, os equipamentos sonoros começarão a ser apreendidos.
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“Durante o fim de semana, a prefeitura realizou uma fiscalização de cunho pedagógico, com orientação aos banhistas sobre a proibição de utilização de caixas de som nas areias. As equipes da Guarda Municipal estiveram nas praias de Copacabana, Ipanema, Leblon, Barra, Recreio, Urca e em estações de ônibus, como na Alvorada e no Largo do Machado, que são regiões que as pessoas utilizam para chegar às praias”, disse ao jornal Extra o secretário de Ordem Pública, Brenno Carnevale, pedindo a “contribuição e consciência da população, no sentido de melhor utilizar o espaço público para que a praia continue sendo bem aproveitada por cariocas e turistas”.
Sem som a todo volume na orla, o assunto ecoou entre os banhistas. “A praia é um lugar de você relaxar, extravasar, sem pensar nos problemas do dia a dia. Então, tem que ter um som. Quem vive sem música? Ninguém vive sem música”, opinou o tatuador e músico Arthur Belial, entrevistado pela equipe do Extra no Leme. “Mas imagina se todo mundo resolve relaxar ouvindo uma música… Vira uma bagunça com o som vindo de todo lado“, discordou uma de suas amigas. A falta de unanimidade sobre o assunto se estendeu à Zona Norte. No Piscinão de Ramos, também houve quem desistisse de levar sua caixinha de som por conta do decreto da prefeitura. “Eu não concordo com essa lei que criaram. Eu queria trazer minha caixa de som hoje mas, com a regra, não quis correr o risco de ter o equipamento apreendido“, disse a administradora Eva Andrade.
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O colunista da VEJA RIO Tulio Brandão havia abordado a questão no texto Praia não é boate: a guerra das caixas de som nas areias, em que afirma que os aparelhos portáteis acabam por arruinar a coleção de sons naturais, necessários e permitidos nas praias da cidade.