O melasma, doença sem cura associada à exposição solar que provoca manchas amarronzadas na pele, pode causar ainda mais preocupação para os cariocas, acostumados a pegar sol durante a maior parte do ano. Com tratamento adequado e uma boa dose de proteção, no entanto, é possível conviver com o distúrbio e passear ao ar livre e ir à praia num dia ensolarado.
“O paciente não precisa se esconder do sol, que é determinante para a saúde e o bem-estar”, reforça a dermatologista Denise Barcelos, com 25 anos de experiência na área. Desde 2013, ela está à frente da CD Clínica Dermatológica, no Leblon, ao lado do sócio e dermatologista Cyro Hirano, que atua com foco na cosmiatria há mais de 20 anos. Segundo a médica, que enfrenta a doença, hoje controlada, o indivíduo pode ter uma vida normal ao seguir uma rotina de proteção e um tratamento eficaz.
A fórmula para tratar o distúrbio, antes exclusiva da clínica, agora pode ser replicada por outros médicos, com um equipamento que aplica laser de CO2 fracionado. Para manter a pele livre das manchas e com aspecto rejuvenescido, o procedimento é realizado uma vez ao ano nos pacientes.
“Em um mês, nossas pacientes veem as manchas sumirem, sem efeito rebote”, afirmou a médica, ao detalhar pela primeira vez o tratamento criado por sua clínica no Changeover Experience, evento promovido pelo projeto Changeover Education, que reuniu profissionais da saúde no icônico Copacabana Palace nos dias 21 e 22 de setembro. Organizado pela própria CD, o encontro contou com a presença de dermatologistas de diversas regiões do país, e até de Portugal, que se inscreveram para ter contato com novas tecnologias, descobertas e expandir a visão sobre os atendimentos dermatológicos.
Durante a palestra sobre melasma, realizada no segundo dia de evento, a médica também apresentou estudos recentes que analisam outras possíveis causas do melasma, para além da exposição solar. Fatores genéticos e até mesmo hábitos de sono podem estar ligados à doença. Já outras condições, geralmente associadas ao agravamento das manchas, não apresentam uma ligação cientificamente comprovada. Calor é um deles.
“Há alguns mitos que dão conta de que secador de cabelo e sauna agravam o melasma. Isso não é verdade. Há casos mais específicos que já foram estudados, como os de cozinheiras que passam muito tempo perto do fogão, mas são exceções”, ressaltou Denise Barcelos, especialista pela Sociedade Brasileira de Dermatologia, derrubando uma informação que costuma ser encontrada em pesquisas na internet. A dermatologista ainda compartilhou dicas essenciais para pacientes em tratamento: usar sabonetes sem muita adstringência, hidratar sempre a pele, evitar ácidos, buchas e esponjas. O uso da vitamina C, geralmente recomendado pelos médicos, também foi descartado pela profissional. “E o mais importante é ter um olhar integrado para o paciente”, reforçou Denise.
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Segundo a profissional, que já atendeu a mais de 20 000 pessoas com sua abordagem integrativa, o propósito do Changeover Education é incentivar uma filosofia de cuidado com o paciente como um todo. Além do congresso, que recebeu quase 70 participantes em sua primeira edição, o projeto educativo idealizado pela dupla de dermatologistas pretende oferecer um suporte continuado mensal aos médicos de forma on-line.