Antiga sede da Câmara dos Deputados, Palácio Tiradentes vai virar museu
Prédio qua abrigou a Alerj hoje conta com projetos musicais no plenário e passa por restauração
Inaugurado em 1926, na Avenida Primeiro de Março, no Centro, o Palácio Tiradentes tem muita história para contar. Foi sede da Câmara dos Deputados, do Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP), da Assembleia Legislativa do Estado da Guanabara (Aleg) e, nos últimos 47 anos, da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), transferida para o prédio do Banerjão no ano passado. Não por acaso, agora vai virar museu. O antigo plenário tornou-se espaço para shows e visitas turísticas. E uma exposição permanente será inaugurada até o fim deste ano.
+ 150 universidades do exterior participam do Salão do Estudante
O prédio está passando por uma reforma para dar prosseguimento ao projeto cultural, sendo possível a visitação guiada apenas através de agendamento e com grupos fechados. Segundo o diretor de cultura do Palácio Tiradentes, Nelson Freitas, a nova exposição inclui vivência e experiências sensoriais. Ela vai o espaço dos corredores e as várias salas que foram desocupadas com a mudança da Alerj. “Acho que o Palácio Tiradentes teve um ciclo político determinante de transformação na vida das pessoas. Agora está em um novo ciclo, o da arte”, disse Freitas ao jornal O Dia. Ele ainda não sabe qual será o destino do prédio anexo à antiga Alerj, antes ocupado pelos gabinetes dos deputados estaduais.
De acordo com o coordenador das visitas guiadas do Palácio Tiradentes, Fernando Ebert, durante o passeio, os mediadores ficam no plenário e dão uma aula de história, contextualizando os acontecimentos de uma forma leve e informal. “Primeiro, falamos da história da arte, de cada pintura, cada símbolo. Depois vem a parte política“, explicou Fernando, citando os presidentes que tomaram posse ali, alguns causos e histórias importantes.
+ Para receber VEJA RIO em casa, clique aqui
Batizado em homenagem a Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, enforcado por sua participação na Inconfidência Mineira, o palácio foi construído sobre a antiga Casa de Câmara de Cadeia. Tiradentes foi enforcado no Rio, em 1792, depois de ficar preso desde 1789 na Ilha das Cobras, passando cinco dias na Cadeia Velha antes de ser levado à forca na manhã de sábado, 21 de abril. Na época do Império, o Rio era a capital do Brasil e, após a Independência, em 1822, o prédio abrigou a Assembleia Constituinte. Durante o período monárquico, a Cadeia Velha foi palco de importantes acontecimentos políticos e legislativos, como a votação e aprovação da Lei Áurea, que viria a ser assinada em 13 de maio de 1888, promovendo, oficialmente, a abolição da escravidão no Brasil.