Um refugiado camaronês permaneceu 20 dias no leme do navio Federal Tyne, de bandeira das Ilhas Marshall, que percorreu todo continente africano e atracou no Porto do Rio na tarde do último sábado (4). O homem, que não teve o nome divulgado, ficou escondido com uma mochila durante toda a viagem, e se alimentou da pouca comida que carregava de seu país de origem.
+ Nas mãos do prefeito: Câmara aprova tombamento do La Fiorentina
De acordo com a Marinha do Brasil, o refugiado teria embarcado quando o navio passou pela República de Camarões. Ele teria passado fome e frio, mas permaneceu escondido e não pediu ajuda. Só após o navio atracar no Rio, os tripulantes perceberam que o camaronês estava tentando sair da parte de baixo do leme, mas não conseguia chegar à plataforma por causa da altura. Ele foi então retirado de lá com a ajuda dos agentes portuários.
Técnicos da Anvisa foram acionados, já que o refugiado poderia estar infectado com malária ou Covid-19. Ele foi levado para a sede da Polícia Federal, e deve ser extraditado para as Ilhas Marshall nos próximos dias.
+ Para receber VEJA RIO em casa, clique aqui
Em nota, a Marinha do Brasil explicou que a Capitania dos Portos do Rio de Janeiro (CPRJ) tomou conhecimento do fato e, por volta das 16h do sábado (4), enviou uma equipe de inspeção naval para averiguar o local. O homem já havia sido retirado pela Polícia Federal, órgão responsável pelos trâmites legais no que se refere à situação de estrangeiros ilegais no país, assim como repressão a crimes dessa natureza. Um inquérito foi instaurado para apuração completa do caso, e a Marinha destacou que “fiscaliza e ordena, diariamente, o tráfego aquaviário nas águas interiores e no litoral do Rio de Janeiro, a fim de garantir a segurança da navegação, a proteção da vida humana no mar e a prevenção da poluição ambiental provocada por embarcações”.