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O Big Brother da azaração

Quatro amigos criam site que permite conferir em tempo real como anda o agito nos pontos de paquera da cidade

Por Lais Botelho
Atualizado em 5 dez 2016, 14h01 - Publicado em 20 nov 2013, 17h38
Fernando Lemos
Fernando Lemos (Redação Veja rio/)
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Sair de casa e ter a imagem capturada por câmeras é rotina para os cariocas. Só a prefeitura tem mais de 500, enquanto o metrô opera outras 700, sem contar as que ficam em portarias de prédios, museus, shoppings, escolas e escritórios. Para engordar ainda mais esse nosso Big Brother de cada dia, pontos de encontro de jovens e gente descolada estão recebendo um sistema especialmente criado para permitir a bisbilhotagem alheia. A ideia foi de um grupo de amigos ? Bruno Rodrigues, 28 anos, Nilo Felix Jr., 27, Philippe Rosa, 30, e Pedro Sotomayor, 27 ? e tem como objetivo possibilitar que, antes mesmo de saírem de casa, os interessados na azaração possam ver como anda o movimento nesses lugares, 24 horas por dia, pela internet.

O projeto, batizado como Rio ao Vivo, foi inspirado em um sistema parecido que Sotomayor conheceu na cidade californiana de Hermosa Beach, perto de Los Angeles. Quando morava lá, ele costumava consultar um site que transmitia imagens dos píeres com os melhores bares, boates e restaurantes. Ao voltar para o Brasil, decidiu implantar aqui o modelo. “A proposta é atender não apenas os cariocas como também os visitantes”, explica. Instaladas na Rua Olegário Maciel, na Barra, no Baixo Gávea, no Posto 12, no Leblon, e em frente ao Hotel Debret, em Copacabana, as câmeras têm feito sucesso. Só a do Leblon passou de quarenta visualizações diárias em fevereiro para as atuais 900. O plano do quarteto é distribuir os equipamentos por mais dez pontos até 2014. Os novos lugares serão determinados pelos próprios usuários em uma enquete no site ? Arpoador, Praia do Pepê e Lapa estão entre os favoritos. Quem se preocupa com o aspecto legal do empreendimento pode ficar tranquilo. “Encomendamos um parecer jurídico e, desde que as câmeras filmem lugares públicos, não há nenhum impedimento”, conta Philippe. Os quatro amigos já conseguiram arrebanhar para o projeto a simpatia dos donos de estabelecimentos comerciais ao redor dos pontos monitorados, todos muito interessados em mostrar para o mundo como anda animado o agito em frente às suas portas. E, claro, atrair mais fregueses.

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