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Caminhão desgovernado invade os trilhos do metrô e provoca caos

Ocorrido penalizou ainda mais uma parcela da população que até agora não vê sentido na expressão “legado olímpico”

Por Daniel Hessel Teich
Atualizado em 5 dez 2016, 11h12 - Publicado em 16 jul 2016, 01h00
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  • O muro de concreto que isola os trilhos da Linha 2 do metrô da Avenida Martin Luther King, entre as estações Engenho da Rainha e Inhaúma, tem um acesso para manutenção. Foi justamente nesse buraco que um caminhão descontrolado se enfiou, indo parar em meio aos trilhos e deixando pelo caminho um homem morto e dois feridos. O acidente, ocorrido por volta das 3 da tarde, interrompeu o tráfego de trens entre as estações Maria da Graça e Pavuna, mas, pouco depois, a paralização atingiria dezesseis estações, a partir da Central. Com a aproximação do fim de tarde, o caos se instalou. Passageiros sem saber que rumo tomar abarrotavam as estações e se espremiam em pontos de ônibus dos arredores. Às 17 horas, foi decretado estágio de atenção na cidade, e engarrafamentos se espraiaram pela Zona Norte e pelo Centro, afetando ainda a Zona Sul. A prefeitura chegou a pedir reforço na frota de ônibus e na Supervia para absorver a demanda de usuários, mas a situação só começou a se normalizar por volta das 8 da noite, quando o caminhão foi retirado dos trilhos.Diariamente, o carioca vive um calvário para se deslocar de casa para o trabalho. As intervenções que acontecem na cidade e os atrasos que vêm adiando a entrega de obras cruciais na área de mobilidade continuam a atrapalhar a vida da população, principalmente da parcela que depende do transporte público, faltando pouco mais de vinte dias para os Jogos Olímpicos. São essas pessoas que enfrentam uma rede de ônibus ineficiente, trens abarrotados e um metrô sujeito a apagões. Muito se comenta o fato de que boa parte dos cariocas encara com mau humor e até critica a Olimpíada pelos transtornos causados nos últimos cinco anos à rotina da cidade. Talvez a reação fosse outra se as diferentes esferas de governo tivessem entregado a tempo o que prometeram e a população pudesse aproveitar o tão propalado legado olímpico antes de a pira ser acesa, como aconteceu, por exemplo, entre os moradores de Pequim, em 2008.

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