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Carioca cria o Museu da Pelada, que dá apoio a ex-craques

Projeto de Sergio Pugliese recupera trajetória de antigas estrelas dos gramados

Por Heloiza Gomes
20 out 2017, 12h02
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    (Selmy Yassuda/Veja Rio)

    O vexame da seleção brasileira na Copa de 2014 vai ser difícil de esquecer. Não faltaram tentativas de explicação para aquele incrível chocolate de 7 a 1 proporcionado pela Alemanha. Uns, mais nostálgicos, lamentaram a ausência de jogadores como eram os verdadeiros craques do passado. Outros creditaram a goleada histórica à falta de investimento nas categorias de base. Na mesma época, o jornalista Sergio Pugliese optou por unir essas duas correntes no Museu da Pelada. Desde o início, o projeto se empenhou em recuperar a trajetória de antigas estrelas dos gramados através de entrevistas, fotos, vídeos, digitalização de acervo e encontros repletos de emoção. Todo esse conteúdo está no site do museu, uma seleção virtual de talentos que não para de crescer, mas já reúne de Ademir da Guia a Zico, passando por Afonsinho, o sambista (e peladeiro) Paulinho da Viola e o paraguaio Romerito.
    “Na série de entrevistas, iniciada com Paulo César Caju, fui descobrindo que alguns desses craques estavam passando por dificuldades”, lembra Pugliese. Ele e equipe começaram, então, a buscar resolver os problemas de seus entrevistados, sempre em parceria com outros bons samaritanos. Mendonça, maestro do Botafogo de 1975 a 1982, ganhou vaga em uma clínica para cuidar de problemas decorrentes do alcoolismo. País, lendário goleiro do América na década de 70, recebeu tratamento dentário. “Diante de um problema, já falo logo: quem disse que não pode ser resolvido? Não há nada melhor do que juntar e ajudar pessoas”, diz o jornalista, sócio da agência Approach Comunicação — e dono de um potente chute de canhota. Desde o começo de 2017, o Museu da Pelada também se dedica à base. “Recebia muitos e-mails com pedidos de apoio para escolinhas de futebol em áreas carentes. No começo, recorria a lojas de material esportivo, mas já estava ficando chato”, conta. Foi criado, então, um kit de doação, com coletes, bolas e cones. O próprio jornalista, antes da entrega, visita os locais para checar se o trabalho é sério e voltado para jovens de 6 a 15 anos. Detalhe: a iniciativa, sem patrocinador, é bancada com a venda de camisetas do Museu da Pelada.

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