Foi durante o curso de engenharia de produção na Universidade Federal do Rio de Janeiro que Helio de La Peña conheceu Beto Silva e Marcelo Madureira, com quem fundaria o jornalzinho Casseta Popular e, anos mais tarde, o grupo Casseta & Planeta. Ainda que os caminhos para o humor já estivessem abertos, o jovem nascido e criado na Vila da Penha formou-se engenheiro, sempre atento à educação, um valor altamente cultivado em sua casa. A mãe, professora primária, foi responsável por sua alfabetização e o ajudou na difícil prova de admissão do Colégio São Bento, onde Helio ganhou bolsa integral até o ensino médio. “Através dos estudos, consegui superar obstáculos e construir uma trajetória de exceção, que jamais teria sem essa base”, diz. Embalado por essas ideias, o humorista de 61 anos participa ativamente do projeto Favelivro, movimento que busca difundir arte, literatura e educação em favelas e periferias do Rio.
“Queremos criar um diálogo do público com a literatura e mostrar que, com as oportunidades certas, pode nascer um escritor ou um roteirista em qualquer lugar”
O envolvimento de Helio com o projeto começou quando ele foi convidado a emprestar seu nome a uma das bibliotecas comunitárias montadas pela ONG, inaugurada no início do ano na associação filantrópica A Arte Salva Vidas, no Complexo do Caju.
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Ele aceitou de bom grado a homenagem e foi além. Em plena pandemia, ao lado da esposa, a fotógrafa Ana Quintella, cooptou os amigos e fãs nas redes sociais para arrecadar doações de livros para o espaço na Zona Portuária. Com o livreiro Demézio Batista e a contadora de histórias Verônica Marcílio, fundadores do Favelivro, Helio se dedica ainda à programação cultural e educativa que se desenrolará lá. Concursos de conto e poesia, oficinas literárias e rodas de conversa com autores estão nos planos. “Queremos criar um diálogo do público com a literatura e mostrar que, com as oportunidades certas, pode nascer um escritor ou um roteirista em qualquer lugar”, acredita o humorista, que trabalha vigorosamente por isso.
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