Preocupada com os índices alarmantes de obesidade infantil — no Brasil, uma em cada três crianças está acima do peso, segundo o IBGE —, a nutricionista e apresentadora de TV Cynthia Howlett resolveu dar sua contribuição para solucionar o problema. Desde o mês passado, ela se dedica ao projeto A Importância da Alimentação na Infância, cujo objetivo é levar informações sobre o tema gratuitamente a escolas. “A ação é dividida em duas partes. Em um dia, faço atividades lúdicas com crianças de 3 e 4 anos. No outro, converso com os pais. O programa ainda está no início, mas pretendo expandi-lo, indo a instituições particulares e públicas, pelo menos duas vezes ao mês”, conta Cynthia, que aproveita para desmistificar a crença de que alimentação saudável tem custo alto. “O básico, como arroz, feijão e aipim, é viável também para aqueles que têm baixa renda. O problema é que trocam isso por salgadinho”, alerta.
“O básico, como arroz, feijão e aipim, é viável também para aqueles que têm baixa renda. O problema é que trocam isso por salgadinho”
A parte voltada para as crianças dura 45 minutos e mistura informação com muita brincadeira. Cynthia mostra como acontece a digestão no corpo humano e faz com que os pequenos, de olhos fechados, adivinhem qual fruta estão segurando, por exemplo. “A ideia é abrir horizontes, fazê-los conhecer novas frutas, saber o alimento que dá dor de barriga, descobrir o que vem da natureza, entender o que podemos comer pouco e o que podemos comer à vontade. Isso tem de começar bem cedo, porque o paladar dos sete primeiros anos é o que fica para a vida”, explica. Já para os pais, a nutricionista fala da necessidade de ler o rótulo de produtos industrializados e da importância da amamentação e de atividades físicas. “Dou soluções também para que eles saibam como equilibrar o doce e em qual refeição é preciso que haja legumes”, diz ela, que usa a experiência pessoal nas palestras. “Sei da dificuldade de dar equilíbrio, de não ser radical na alimentação dos filhos. Eu, por exemplo, libero tudo sem exagero para os meus, mas eles têm de fazer exercícios”, diz a nutricionista, que é mãe de Manuela, de 9 anos, e Rodrigo, de 4.
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