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Carioca nota dez: Gabriel Ribeiro

O empresário Gabriel Ribeiro criou um projeto que ensina lutas marciais a detentos do Complexo de Gericinó

Por Thaís Meinicke
Atualizado em 5 dez 2016, 12h54 - Publicado em 11 jun 2014, 19h42
Felipe Fittipaldi
Felipe Fittipaldi (Redação Veja rio/)
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As primeiras luvas de boxe apareceram na vida do empresário Gabriel Ribeiro quando ele tinha apenas 7 anos ? um presente de seu avô. O acessório esportivo, entretanto, só veio a ter um sentido bem depois, quando, aos 21, ele começou a praticar o esporte a sério. Morador de Copacabana, passou a treinar em um projeto social administrado pelo lutador Claudio Coelho no Morro do Cantagalo. Foi lá que teve o primeiro contato com a sofrida realidade das favelas cariocas. “Eu percebi que muitas pessoas com quem convivia ali já haviam tido problemas com a lei e cumprido pena. Tentavam se recuperar, mas enfrentavam uma enorme dificuldade para ser aceitas pela sociedade”, lembra o atleta, que em paralelo à carreira nos ringues sempre acalentou a ideia de desenvolver algum projeto social. A iniciativa deslanchou assim que decidiu deixar as competições para se dedicar apenas a sua própria academia, a Delfim, aberta na Tijuca em 2007. Ao selecionar os primeiros funcionários, Gabriel fez questão de contratar dois que haviam cumprido pena. “Eram amigos que lutaram comigo no Cantagalo e tinham acabado de sair da prisão. Aí resolvi ajudar”, explica.

“O boxe pode ajudar os presos a se recuperar e conseguir emprego aqui fora”

Esse foi o embrião do projeto Lutando pela Vida, criado há quatro anos no Complexo de Gericinó. Estruturado em oito núcleos espalhados pela unidade penitenciária, todos equipados com sacos de areia e tatames, tem 800 alunos, dos quais 100 são mulheres. No projeto, os detentos aprendem jiu-jítsu, muay thai e boxe e, no fim do curso, recebem um certificado de instrutor em lutas. “Lá dentro, eles precisam ocupar a cabeça para conseguir se regenerar e, de fato, deixar o crime. A disciplina do boxe é capaz disso e pode ajudá-los a conseguir um emprego aqui fora”, diz o empresário. Em sua academia, em uma iniciativa para jovens carentes, ele oferece bolsas a moradores do Turano e dos Macacos, na Tijuca. Um exemplo a ser seguido.

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