Continua após publicidade

Carlo Alexandre atua no resgate da cultura africana no Cais do Valongo

Seu projeto promove mensalmente palestras e rodas de capoeira gratuitas no local

Por Thaís Meinicke
Atualizado em 5 dez 2016, 12h23 - Publicado em 13 fev 2015, 11h46
Carlo Alexandre Teixeira
Carlo Alexandre Teixeira (Felipe Fittipaldi/)
Continua após publicidade

 

Fascinado pela capoeira desde garoto, o niteroiense Carlo Alexandre Teixeira começou a praticar o esporte aos 15 anos, após assistir a uma apresentação em um teatro. Hoje, com 48, ele é um dos responsáveis por resgatar a cultura negra no Cais do Valongo, um dos lugares mais emblemáticos da história da escravidão brasileira — o antigo porto do Rio serviu de entrada para mais de 500 000 africanos no país, antes de ser aterrado pelo prefeito Pereira Passos, em 1911. Formado em fisioterapia, Carlo fez mestrado na Inglaterra, onde fundou, em 2004, o projeto Kabula, responsável por atividades de intercâmbio cultural entre diversos países. Por meio dessa iniciativa, ele chegou a apresentar a arte marcial brasileira ao público de lá. Em 2011, após idas e vindas entre Londres e o Rio, decidiu voltar de vez e se dedicar à capoeira. “Cheguei no ano em que estavam sendo descobertas as relíquias arqueológicas do Valongo na Zona Portuária. Fui conhecer o local e pensei em montar uma roda ali”, lembra Mestre Carlão, como é conhecido. Surgia assim o projeto O Porto Importa — Memórias do Cais do Valongo, que, desde junho de 2012, promove apresentações públicas de capoeira no lugar. 

“Todo o projeto teve origem na rua, por meio da ocupação do espaço público e do resgate da memória”

Os encontros são precedidos pela Roda dos Saberes, série de conferências sobre identidade e manifestações culturais africanas. Cada evento reúne cerca de 200 pessoas, incluindo estudantes, turistas e moradores da região. Desde o início do projeto, já houve 25 palestras. Em fevereiro do ano passado, a importância da iniciativa foi reconhecida pelo Prêmio Porto Maravilha Cultural, oferecido pela prefeitura do Rio. Todo o conteúdo gerado nos encontros acaba de ser publicado em um livro com as histórias contadas nas rodas. O projeto rendeu ainda uma exposição fotográfica com imagens de Maria Buzanovsky, em cartaz no Museu de Arte do Rio, e um filme de entrevistas com os pesquisadores participantes. Com esse material em mãos, Carlo pretende realizar oficinas em escolas públicas da cidade para difundir a história da região. “Vamos doar os livros, exibir o filme e fazer apresentações de capoeira para que os alunos tenham contato com toda essa cultura”, explica. “O que mais me orgulha é que o projeto teve origem na rua, por meio da ocupação do es­paço público e do resgate da memória.”

+ Nilcemar Nogueira coordena um projeto que preserva a memória do samba e promove a inclusão social na Mangueira 

Publicidade

Essa é uma matéria fechada para assinantes.
Se você já é assinante clique aqui para ter acesso a esse e outros conteúdos de jornalismo de qualidade.

Semana Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

Impressa + Digital no App
Impressa + Digital
Impressa + Digital no App

Informação de qualidade e confiável, a apenas um clique.

Assinando Veja você recebe mensalmente Veja Rio* e tem acesso ilimitado ao site e às edições digitais nos aplicativos de Veja, Veja SP, Veja Rio, Veja Saúde, Claudia, Superinteressante, Quatro Rodas, Você SA e Você RH.
*Para assinantes da cidade de Rio de Janeiro

a partir de 35,60/mês

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.