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A turma da carona

Grupo com mais de 1 200 pessoas forma comunidade que tem como objetivo incentivar a prática do transporte solidário

Por Louise Peres
Atualizado em 5 dez 2016, 15h30 - Publicado em 11 jul 2012, 17h30
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  • Com a mão fechada e o polegar esticado para o lado, você agita o braço à beira da pista. Pois saiba que esse gesto universal não é mais a única maneira de conseguir uma carona. Na era digital, há cariocas que combinam o transporte solidário pela internet. Criado em março no Facebook, o grupo Caronas pelo Rio já reúne mais de 1?200 adeptos, que buscam compartilhar seus deslocamentos diários. O funcionamento é simples. Quem oferece ou procura vaga publica uma mensagem no mural da rede social. Cabe aos interessados comentar a postagem, e, uma vez feito o contato, acertar a parceria. “Queremos popularizar algo que é muito comum lá fora”, conta a bióloga Rebeca Mello, 22 anos, criadora da comunidade virtual.

    Desanuviar o trânsito – ainda que minimamente – e facilitar a vida de quem depende do transporte público, além de economizar tempo e dinheiro, é o principal propósito da iniciativa, que, a julgar pelos espaços ociosos nos automóveis, em tese tem tudo para vingar. Segundo a Secretaria Municipal de Transportes, 950?000 veículos rodam diariamente pelas ruas da cidade, com média de 1,5 ocupante por carro. Justamente para aumentar essa cota foi criada a comunidade, que já faz efeito. Cadastrada na rede social ao lado da consultora Vanessa Berenguer, a comerciante Luciana Baldi costuma arrumar carona de sua casa, no Humaitá, para o trabalho, na Urca. Seu maior percurso foi até o município de Macaé. “A gente economiza, polui menos e ainda faz amizades”, destaca.

    O medo da violência sempre foi um empecilho para que iniciativas como essa deslanchassem por aqui. No entanto, com a recente melhora nos índices de segurança, o carioca parece mais receptivo à ideia de dividir seu automóvel com alguém que não seja exatamente um estranho. “O fato de estarmos no Facebook, com informações pessoais à mostra, é uma garantia a mais. Ninguém é um completo desconhecido”, ressalta o fotógrafo Vitor Jorge Silva, que mora no Grajaú e compartilha seus itinerários antes de sair de casa.

    Experiências bem-sucedidas no exterior são um incentivo para a difusão da prática. Sites como o americano Zip Car e o alemão Car Pooling transformaram a carona em bom negócio. Eles põem em contato milhares de filiados, que pagam uma determinada quantia para usar o serviço de carros compartilhados. Entre nós, a motivação ainda é a camaradagem: a divisão de gastos com pedágio ou combustível fica a critério dos envolvidos. “O mais bacana é estimular a solidariedade”, resume Rebeca. Para quem quer carona, o dedão agora é no teclado.

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