Cedae vai usar câmeras ‘estilo Nasa’ para monitorar poluição de rios
Companhia já acompanha águas do sistema de captação Imunana-Laranjal usando drones, barcos e câmeras após contaminação com tolueno

Quase um ano após a contaminação por tolueno que atingiu a bacia hidrográfica que atende Niterói, São Gonçalo, Ilha de Paquetá, parte de Maricá e Itaboraí, a Cedae deu início à implantação de um sistema inédito de monitoramento ambiental nos rios Guapiaçu e Macacu, responsáveis pelo abastecimento do Sistema Imunana-Laranjal. O projeto inclui sondas flutuantes, câmeras de alta tecnologia, drones e uma frota de veículos para ações de fiscalização em terra, água e ar. O investimento anual de R$ 50 milhões inclui câmeras espectrais, uma tecnologia de ponta semelhante à utilizada pela Nasa. O equipamento joga um feixe de luz na água e detecta o retorno, identificando cerca de 20 parâmetros físico-químicos. A expectativa é que o sistema de monitoramento, que seja expandido para o Sistema Guandu, responsável pelo abastecimento da Região Metropolitana do Rio.
+ 20 anos do Google Maps: três praias do Rio estão entre as mais avaliadas
O tolueno é uma substância tóxica, geralmente associada a atividades industriais e petroquímicas. Uma quantidade do composto químico acima do permitido foi identificado na área em abril do ano passado. Na ocasião, o vazamento do poluente deixou cerca de 2 milhões de moradores da região sem água. Utilizado para fabricar itens como cola, tinta, borracha e gasolina, o tolueno pode causar de sintomas mais “leves”, como irritação dos olhos, garganta e pele, fadiga e sonolência, até mais graves, como insônia, náusea, perda de memória, entre outros.
“Desde 9 de janeiro, realizamos monitoramento aéreo diário de uma área de 70 km² com helicópteros e drones. Instalamos sete pontos de monitoramento ao longo dos rios Guapiaçu e Macacu. Qualquer alteração na qualidade da água será identificada em tempo real e reportada para um centro de controle provisório”, disse ao jornal O Globo o gerente de qualidade da Cedae, Robson Campos.
+ Para receber VEJA RIO em casa, clique aqui
A Cedae também está construindo um laboratório de última geração na Estação de Tratamento de Água (ETA) Laranjal, com previsão de inauguração para julho. O sistema conta com câmeras específicas para detectar detritos e mudanças visuais, como manchas de óleo, além de sondas flutuantes para medições constantes de turbidez, pH e outros parâmetros da água.Também em entrevista ao jornal, o diretor-presidente da Cedae, Aguinaldo Ballon, explicou que quanto melhor a qualidade da água captada, menor será a necessidade de produtos químicos no tratamento. E que esse sistema permite reações rápidas, além de criar uma base de dados confiável para análises ambientais de longo prazo.