Entre julho e novembro deste ano, o Sistema de Monitoramento de População em Situação de Rua da Secretaria municipal de Assistência Social fez 6.196 atendimentos a estes indivíduos apenas em Copacabana e no Leme, na Zona Sul. O número é considerado alto, mesmo levando-se em consideração que uma mesma pessoa pode ter sido abordada mais de uma vez. Em Botafogo, foram 1.483 atendimentos no período. O último censo feito pela secretaria, de 2022, identificou que 86,1% das 7.865 pessoas que vivem nesta condição são dependentes químicos. O tema volta à baila no momento em que o prefeito Eduardo Paes anunciou que pretende estabelecer uma política de internação compulsória de dependentes químicos na cidade a partir do início do ano que vem.
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Para o Censo, equipes da secretaria percorreram 57 pontos em todas as regiões da cidade, que foram identificados como “cenas de uso”. O termo é empregado para designar os grupos que consomem a droga em pequenos guetos, bem menores do que as chamadas cracolândias de São Paulo, que reúnem um número superior a 400 usuários. Esses locais são definidos pelos pesquisadores como áreas de concentração para consumo de drogas por pessoas que “dormiram na rua ao menos uma noite nos últimos sete dias em relação à data da pesquisa”.
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A ideia de Paes é, inicialmente, focar o trabalho numa lista de 130 pessoas que já passaram pelos serviços de saúde da prefeitura e que têm indicação de internação. No entanto, um relatório feito pelo gabinete do vereador Pedro Duarte (Novo) mostra que os 33 Centros de Atenção Psicossocial do Rio — que oferece tratamento a dependentes químicos e pessoas com transtornos mentais — são insuficientes para a demanda da cidade. De acordo com o estudo, o déficit seria de 30 novas unidades.