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Firme e forte: cessão é renovada, e Rio garante sobrevivência do Teatro Casa Grande

Tombado pelo estado e pelo município do Rio, espaço estava ameaçado. Edital estava suspenso por conter exigências que ameaçavam liberdade de expressão

Por Da Redação
Atualizado em 4 nov 2021, 12h37 - Publicado em 4 nov 2021, 12h36
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  • Patrimônio cultural e histórico da cidade, o Teatro Casa Grande, no Leblon, continuará, firme e forte, a desempenhar seu papel. É o que garante a renovação da cessão de uso, assinada pela Secretária estadual de Cultura e Economia Criativa, Danielle Barros. A movimentação para que isso acontecesse começou no início de 2020, quando artistas, intelectuais, políticos e sociedade civil se manifestaram em favor da preservação do espaço onde funciona o Casa Grande, em ato público, que terminou com um simbólico abraço ao teatro. Milhares de pessoas também assinaram manifesto em sua defesa. E a Assembleia Legislativa votou autorização para que o governo renovasse a cessão.

    “O Governo do Estado sabe da importância histórica e cultural do Teatro Casa Grande para a sociedade. Assinar o termo que garante o seu funcionamento, cumprindo a legislação estadual que autoriza a nova cessão, é fruto do diálogo, da parceria estabelecida e do entendimento de que a cultura é uma pauta prioritária“, disse Danielle.

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    A Secretaria de Estado de Cultura havia suspendido o edital de cessão do espaço após recomendação do Tribunal de Contas do Estado (TCE). O certame, cuja duração seria de 20 anos, deveria ter sido realizado no dia 23 de dezembro de 2019. A decisão do TCE foi motivada por um pedido feito pela Associação Teatral Casa Grande, responsável pela gestão do espaço. Segundo o tribunal, o edital trazia uma série de itens que poderiam ser considerados ilegalidades. Entre eles, a exigência de submeter a programação semestral do teatro à aprovação prévia da secretaria, o que poderia configurar ameaça à liberdade de expressão.

    É uma vitória do Rio, do estado e do Brasil”, comemorou Moysés Ajhaemblat, de 86 anos, que fundou o teatro junto com Max Haus nos anos 60, quando o Leblon ainda era uma área praticamente desabitada.

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    Inaugurado em 1966 com o nome de Café Teatro Casa Grande, o espaço foi palco, em mais de cinco décadas de atividade ininterrupta, de alguns dos mais importantes espetáculos artísticos montados no Rio. Entre eles o musical Brasileiro, Profissão Esperança, com Maria Bethânia e Ítalo Rossi, e direção de Bibi Ferreira, em 1970, além de A Noviça Rebelde, Hairspray, A Gaiola das Loucas, Hamlet, Um Violinista no Telhado e tantos outros. O Mistério de Irma Vap, com Marco Nanini e Ney Latorraca, estreou e fez história nos palcos do Casa Grande como a peça que mais tempo ficou em cartaz no país, recorde devidamente registrado no Guinness.

    Na relação de shows, estão os maiores nomes da música brasileira: Nara Leão, Maria Bethânia, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Milton Nascimento, Elis Regina, Chico Buarque, Gal Costa, Martinho da Vila, Vinícius de Moraes, Paulinho da Viola, Ivan Lins, Novos Baianos, Baden Powell, Família Caymmi, entre outros. E o campeão de temporadas, Miguel Falabella, por ser até hoje o recordista da Casa, numa sequência de sucessos, tais como: Como Encher um Biquíni Selvagem, Louro Alto Solteiro Procura e Hairspray, atuando como ator, produtor, autor e diretor.

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    Além da expressão artística, o Casa Grande sempre foi endereço de grandes debates políticos. Não por acaso, foi no Casa Grande a assinatura do ato que assinalou o fim da censura no Brasil, marco de uma história que valeu ao teatro o título de “Território livre da democracia”, hoje estampado em seu foyer. Esta relevância histórica e cultural levou ao tombamento do Casa Grande como bem imaterial pelo estado e pelo município do Rio.

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