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Cinema

Por Da Redação
Atualizado em 5 dez 2016, 15h46 - Publicado em 27 jan 2012, 21h20

PRÉ-ESTREIAS

A BELA E A FERA, de Gary Trousdale e Kirk Wise (Beauty and The Beast, EUA, 1991). Vencedor do Oscar de trilha sonora e de melhor música, para a faixa-título, o longa de animação da Disney volta ao circuito com cópias em 3D. A fábula do príncipe amaldiçoado, transformado em um monstro, que só voltará a seu aspecto original quando conquistar um amor verdadeiro, foi levada à tela em versão repleta de ação e bom humor. Com a técnica, ganham realce sequências como a do baile de gala no castelo e o número de canto e dança protagonizado pelo candelabro Lumiere (84min). Dublado, 3D: Cinemark Downtown 8, Cinesystem Bangu 1, Cinesystem Via Brasil 4, Kinoplex Grande Rio 2, UCI New York City Center 2, UCI Kinoplex NorteShopping 3.

✪✪✪ HISTÓRIAS CRUZADAS, de Tate Taylor (The Help, EUA/Índia/Emirados Árabes, 2011). A Academia de Hollywood soube reconhecer: a maior atração do drama é a atuação de suas atrizes. Enquanto Viola Davis concorre ao Oscar principal, Octavia Spencer e Jessica Chastain disputam a estatueta de coadjuvante. A fita também está no páreo para melhor filme. Adaptado do livro A Resposta, de Kathryn Stockett, o longa-metragem traz à tona um tema já abordado no cinema, mas quase engolido pela indústria de blockbusters. Trata-se aqui de um registro humano e comovente da convivência entre brancos e negros no racista estado do Mississippi da década de 60. A jovem repórter Skeeter (Emma Stone) quer tornar-se escritora e arranja um assunto bombástico para seu primeiro livro. Às escondidas, ela quer entrevistar domésticas e babás negras para relatar algumas das desagradáveis experiências vividas por elas junto aos patrões. A primeira a ajudá-la é Aibileen (Viola Davis). Em seguida, Skeeter consegue o depoimento da explosiva Minny (Octavia). Mais do que as histórias delas, às vezes frustrantes do ponto de vista emocional, o enredo enfoca a vida fútil das dondocas brancas recorrendo a clichês. Destaca-se nesse retrato apenas correto e burocrático a relação de Minny com a espevitada Celia (Jessica), uma mulher à frente de seu tempo (146min). Cinemark Botafogo 2, Cinemark Downtown 1.

ESTREIAS

✪✪✪ OS DESCENDENTES, de Alexander Payne (The Descendants, EUA, 2011). Depois de consagrar-se no Globo de Ouro, o novo trabalho do diretor de Sideways (2004) conquistou cinco indicações ao Oscar: melhor filme, direção, roteiro adaptado, montagem e ator, para George Clooney. Trata-se de um drama digno, honesto, por vezes tocante, salpicado de humor e conduzido com firmeza pelo cineasta. Está longe, contudo, de ser o melhor longa-metragem do ano ou até da ótima safra atual. À vontade, Clooney interpreta Matt King, um advogado que mora numa ilha do Havaí, tem duas filhas e há um bom tempo já não está bem com a mulher. Quando ela sofre um acidente de lancha e fica em coma, o protagonista viverá um revés do destino. Em tempo integral, ele tem de voltar ao papel de pai de uma garota desconsolada (Amara Miller) e de uma adolescente rebelde (Shailene Woodley). Além disso, precisa decidir se vende ou não suas milionárias terras, herdadas de seus descendentes, para a construção de um resort. No meio do turbilhão, descobre que a esposa possui um amante (115min). 12 anos. Estreou em 27/1/2012. Cinemark Botafogo 4, Cinemark Carioca Shopping 8, Cinemark Downtown 4, Cinépolis Lagoon 3, Cinesystem Ilha Plaza 3, Cinesystem Recreio 3, Estação Sesc Rio 2, Estação Vivo Gávea 2, Iguatemi 5, Kinoplex Fashion Mall 1, Kinoplex Nova América 5, Kinoplex Tijuca 6, Leblon 1, Rio Sul 3, Roxy 2, São Luiz 4, UCI New York City Center 3, UCI Kinoplex NorteShopping 6, Via Parque 3.

✪✪✪✪ J. EDGAR, de Clint Eastwood (J. Edgar, EUA, 2011). Quando foi anunciado que Clint Eastwood faria uma biografia de J. Edgar Hoover (1895-1972), especulou-se que o diretor traria à tona o até então obscuro lado homossexual do chefão do FBI. Discreto na abordagem, Eastwood não se furta a tocar no delicado assunto neste drama. Em muitos momentos, é possível enxergar no belo roteiro de Dustin Lance Black (vencedor do Oscar por Milk) uma velada e comovente história de amor entre Hoover e seu fiel parceiro de investigações, Clyde Tolson (vivido pelo bonitão Armie Hammer, intérprete dos gêmeos de A Rede Social). O máximo da ousadia, no entanto, é beijo na boca à força entre os personagens. Na melhor atuação de sua carreira, que a Academia de Hollywood absurdamente ignorou no Oscar, Leonardo DiCaprio faz o protagonista da juventude até a morte, aos 77 anos ? fruto de um espetacular trabalho de maquiagem. A trama tem início com Hoover ainda rapazinho e empenhado no trabalho ? ele começou como bibliotecário do Congresso Americano. Em sua primeira conquista amorosa, levou um fora de Helen (Naomi Watts), mas a transformou em sua secretária ao ser nomeado assistente do diretor do FBI. Nas décadas de 20 e 30, já no posto principal, havia comprado briga com imigrantes comunistas e dado início a uma caça a lendários bandidos, como Dillinger e Baby Face. Reprimido por uma mãe dominadora (Judi Dench), Hoover mantinha a pose de líder e homem forte da lei. Eastwood expõe não só essa imagem de durão, mas também a de uma pessoa solitária, frágil e indisposta com seus reprimidos desejos (137min). 12 anos. Estreou em 27/1/2012. Cinemark Downtown 5, Cinemark Plaza Shopping 6, Cinépolis Lagoon 5, Kinoplex Leblon 3, Kinoplex Tijuca 4, UCI New York City Center 13.

✪✪✪ MILLENNIUM – OS HOMENS QUE NÃO AMAVAM AS MULHERES, de David Fincher (The Girl with Dragon Tattoo, EUA/Suécia/Inglaterra/Alemanha, 2011). A trilogia de livros do escritor sueco Stieg Larsson (1954-2004) já havia sido adaptada pelo cinema de seu país. No Brasil, só foi lançado, em 2010, o primeiro longa-metragem, que deu origem a esta refilmagem americana dirigida por David Fincher, de A Rede Social. Quem viu o original vai notar pequenas alterações, sobretudo no desfecho. Contudo, a estrutura narrativa do drama policial está intacta. Embora o filme tenha um epílogo esticado e uma resolução mais morna do que a da fita sueca, Fincher tem timing e faro para envolver a plateia. Sabe-se lá o motivo, mas a história continua ambientada na Suécia e com atores falando em inglês. Daniel Craig vive Mikael Blomkvist, um repórter que caiu em desgraça após ter sido processado por um empresário, difamado por ele na revista Millennium. A fim de sair de cena por um tempo, ele aceita uma missão investigativa: contratado pelo rico industrial Henrik Vanger (Christopher Plummer), o jornalista deverá descobrir o paradeiro de Harriet, uma sobrinha dele, desaparecida quando tinha 16 anos na década de 60. Tateando em terreno misterioso e inseguro, cercado por dissimulados familiares de Vanger, Blomkvist vai precisar de ajuda. Quem deve socorrê-lo é Lisbeth Salander. A personagem, uma hacker tatuada, lésbica e de comportamento inconstante, é interpretada por Rooney Mara, que concorre ao Oscar de melhor atriz ? o filme ainda teve quatro indicações a prêmios técnicos (158min). 16 anos. Estreou em 27/1/2012. Dublado: Bay Market 2, Box Cinemas São Gonçalo 8, Cinespaço Boulevard 2, Cinemark Botafogo 5, Cinemark Carioca Shopping 1, Cinesystem Bangu 5, Iguatemi 4, Kinoplex Nova América 6, Odeon Petrobras, UCI New York City Center 15, UCI Kinoplex NorteShopping 1. Legendado: Cine 10 Sulacap 3, Cinemark Downtown 6, Cinemark Plaza Shopping 3, Cinépolis Lagoon 1, Cinesystem Ilha Plaza 2, Cinesystem Recreio 1, Cinesystem Via Brasil 2 e 3, Kinoplex Leblon 2, Kinoplex Tijuca 5, Rio Sul 1, São Luiz 2, UCI Kinoplex NorteShopping 1, Via Parque 2.

✪✪✪✪ PRECISAMOS FALAR SOBRE O KEVIN, de Lynne Ramsay (We Need to Talk about Kevin, EUA/Inglaterra, 2011). No drama, a diretora e roteirista escocesa Lynne Ramsay fez algumas alterações na estrutura do livro homônimo, sobretudo limando a narrativa em primeira pessoa presente no original. Nos primeiros minutos, a realizadora usa o vaivém do tempo, mas sem confundir o espectador. Dá para adiantar: no presente, Eva Khatchadourian (Tilda Swinton) vive acuada e está à procura de emprego. Sem marido nem amigos, ela encontra uma vaga como digitadora numa agência de viagens. Nas ruas, costuma receber olhares enviesados ? isso quando não leva um tapa na cara de estranhos. Motivo: Eva é mãe de Kevin, preso por uma barbárie. A história, então, acomoda-se no passado para enfocar o começo de tudo. Casada com Franklin (John C. Reilly), ela teve Kevin e já o achava estranho ainda bebê. A criança (Rock Duer) era malcriada, turrona e não havia nela nenhuma ligação sentimental com Eva. Maiorzinho (e interpretado pelo ótimo Jasper Newell), ficou pior. Virou um menino dissimulado e provocador, porém esperto e inteligente. Aos 16 anos (papel do ator Ezra Miller), Kevin decidiu aliar sua rebeldia à crueldade. Por meio da soberba atuação de Tilda, compreende-se o andar sem rumo e o olhar vago da amargurada personagem. Contado de forma envolvente e liderado por uma estrela em absoluto estado de entrega, esse duelo psicológico provavelmente não deixará a plateia indiferente (110min). 16 anos. Estreou em 27/1/2012. Cinemark Downtown 9, Cinépolis Lagoon 2, Estação Sesc Barra Point 2, Estação Sesc Laura Alvim 1, Estação Sesc Rio 1, Estação Vivo Gávea 4.

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EM CARTAZ

✪ ALVIN E OS ESQUILOS 3, de Mike Mit­chell (Alvin and the Chipmunks: Chip-Wrecked, EUA, 2011). Ainda menos inspirada do que os dois episódios anteriores, a comédia infantil mira só na criançada e traz mais do mesmo na história dos esquilos falantes. Parece que os produtores querem apenas aprimorar a técnica de animação dos bichinhos, e, por isso, roteiro e direção de atores são apenas um apêndice da atração. Desta vez, os pequenos roedores Alvin, Theodore e Simon, mais as três esquiletes do filme anterior, tiram férias com seu protetor (papel de Jason Lee, de volta à cinessérie depois de se ausentar no longa-metragem anterior). A bordo de um luxuoso navio, Alvin acaba aprontando mais uma travessura, e, levado pelo vento, o sexteto de roedores vai parar numa ilha. Lá eles tentam sobreviver quando encontram uma exploradora (Jenny Slate), perdida no local há quase dez anos. Sem muito ânimo nem ação, a previsível aventurazinha deles só ganha alguma graça quando, mais uma vez, surgem covers de músicas de sucesso. Se antes era o hit Single Ladies, de Beyoncé, agora os esquilos atacam de Lady Gaga e Bad Romance ? pena que a cena seja bem curtinha (87min). Livre. Estreou em 6/1/2012. Dublado: Bay Market 1, Box Cinemas São Gonçalo 4 e 7, Cine 10 Sulacap 4, Cinespaço Boulevard 1 e 4, Cinemark Botafogo 1, Cinemark Carioca Shopping 5, Cinemark Downtown 1, Cinemark Plaza Shopping 7, Cinépolis Lagoon 4, Cinesystem Bangu 3, Cinesystem Ilha Plaza 1, Cinesystem Recreio 4, Cinesystem Via Brasil 2, Estação Vivo Gávea 2, Iguaçu Top 2, Iguatemi 2, Kinoplex Grande Rio 1, Kinoplex Tijuca 3, Kinoplex West Shopping 5, Rio Sul 4, UCI New York City Center 5, UCI Kinoplex NorteShopping 2 e 3, Via Parque 4.

✪✪✪ AMOR A TODA PROVA, de Glenn Ficarra e John Requa (Crazy, Stupid, Love, EUA, 2011). Os diretores deram um molho bastante picante à comédia gay romântica O Golpista do Ano. Embora com alguns clichês, o roteiro do novo filme da dupla é redondo, tem surpresas e bons diálogos. Na trama, Cal (Steve Carell) e Emily (Julianne Moore) são casados há 25 anos, mas o passar das décadas só os deixou apáticos. Quando ela pede o divórcio, o caretinha Cal cai em depressão e passa a beber diariamente no mesmo bar. Lá, faz amizade com o playboy sarado Jacob (Ryan Gosling), que decide ajudar o novo amigo a conquistar a mulherada. Mas, enquanto Cal vira um garanhão, Jacob rende-se ao namoro com a fofa Hannah (Emma Stone). Com Kevin Bacon (118min). 12 anos. Estreou em 26/8/2011. Estação Sesc Botafogo 2.

✪✪✪ A ÁRVORE DO AMOR, de Zhang Yimou (Shan zha Shu Zhi Lian, China, 2010). O diretor chinês demonstra uma invejável capacidade de se reciclar. Depois dos robustos épicos de artes marciais Herói, O Clã das Adagas Voadoras e A Maldição da Flor Dourada, ele retoma as raízes focando a paixão de dois jovens durante a Revolução Cultural na China de Mao Tsé-tung. Em meados dos anos 60, a estudante Jing (Zhou Dongyu) chega a um vilarejo no campo para uma “reeducação”. A garota torna-se a esperança da família ? seu pai está numa cadeia para presos políticos e a mãe sustenta a casa e outros dois filhos pequenos. Entre as duras lições a aprender, Jing encontra tempo para viver o primeiro amor. Sun (Shawn Dou) respeita cada limite da amada e, não raro, lhe dá presentes. Em impecável ambientação histórica, Yimou faz do melodrama a principal arma para criar uma metáfora da tristeza daquele pesado período (115min). 10 anos. Estreou em 4/11/2011. Estação Sesc Botafogo 2.

✪ AS AVENTURAS DE AGAMENON, O REPÓRTER, de Victor Lopes (Brasil, 2012). O trailer já dava uma ideia da ruindade da comédia, nascida de um projeto de Hubert e Marcelo Madureira, do Casseta & Planeta. Ambos criaram o repórter fictício Agamenon Mendes Pedreira, que assina há mais de vinte anos uma coluna no jornal O Globo. Agora, para o longa-metragem, eles deram corpo ao personagem e fizeram uma trama chinfrim para contextualizá-lo. O resultado: um roteiro entupido de palavras e frases de duplo sentido (e gosto duvidoso), atuações caricatas e uma direção medonha cujo maior problema está na falta de ritmo e graça. Acompanha os créditos finais a canção que diz “sorria, meu bem, sorria”, mas, diante de pouco mais de uma hora de fita, será um pedido quase impossível. O prestígio da dupla de humoristas, no entanto, é imenso. Além do farto marketing da Rede Globo, celebridades como o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, os escritores Nelson Motta, Ruy Castro e Paulo Coelho, o apresentador Jô Soares e o compositor Caetano Veloso aparecem para dar seu testemunho sobre Agamenon. Fernanda Montenegro narra a história. Nela, relembra-se como Agamenon virou um repórter de sucesso, apesar de sua má fama e do temperamento rebelde. Vivido na fase jovem por Marcelo Adnet e mais maduro por Hubert, o protagonista conseguiu se salvar do naufrágio do Titanic, entrevistou personalidades do porte de Gandhi e Albert Einstein e esteve presente em emblemáticos casos internacionais, como o assassinato de John Kennedy ? grande parte dessas sequências é fruto de uma montagem com imagens reais em efeito especial copiado toscamente de Zelig (1983) e Forrest Gump (1994). Em meio a piadas infames e surradas, há poucos momentos inspirados. Entre eles, a divertida entrevista com Osama bin Laden. Com Luana Piovani (74min). 14 anos. Estreou em 6/1/2012. Bay Market 3, Box Cinemas São Gonçalo 6, Cine 10 Sulacap 6, Cinespaço Boulevard 6, Cinemark Carioca Shopping 7, Cinemark Downtown 11, Cinemark Plaza Shopping 1, Cinesystem Bangu 6, Cinesystem Via Brasil 1, Iguaçu Top 3, Iguatemi 6, Kinoplex Grande Rio 4, Kinoplex Nova América 2, Kinoplex West Shopping 4, UCI New York City Center 11, UCI Kinoplex NorteShopping 7, Unibanco Arteplex 2.

✪✪✪ AS AVENTURAS DE TINTIM, de Steven Spielberg (The Adventures of Tintim, EUA/Nova Zelândia, 2011). Tintim é um personagem criado pelo belga Hergé (1907-1983) no fim da década de 20, muito mais famoso na Europa do que nos Estados Unidos. Por isso, Spielberg só foi conhecê-lo já adulto. Agora, numa parceria com o diretor neozelandês Peter Jackson (O Senhor dos Anéis), adaptou algumas histórias do protagonista para esta animação. O processo de filmagem foi o mesmo usado em fitas como Os Fantasmas de Scrooge. A performance capture, ou “captura de atua­ção”, grava as cenas com os atores e, em seguida, os animadores fazem seu trabalho. Com resultado técnico fabuloso, recompensado com o Globo de Ouro de melhor animação, o desenho tira um pouco da fantasia do original para investir numa trama agitada, aos moldes da cinessérie Indiana Jones. Dotado de um senso investigativo, o rapazinho Tintim (Jamie Bell) trabalha como repórter e, ao comprar a réplica em miniatura de um antigo galeão, passa a ser perseguido por um misterioso sujeito também interessado na relíquia. A partir daí começa a aventura do protagonista, que, ao lado do esperto cãozinho Milu, embarca num navio rumo ao Marrocos, onde conhece o beberrão capitão Haddock (Andy Serkis). Embora o ritmo caia em alguns momentos, Spielberg imprime sua marca de ação, sobretudo em dois momentos: na sequência dentro de um avião e na espetacular fuga de Tintim num vilarejo marroquino. Indicado ao Oscar na categoria trilha sonora (107min). 10 anos. Estreou em 20/1/2012. Dublado: Cinemark Carioca Shopping 2 e 4, Cinesystem Recreio 2, UCI New York City Center 16, UCI Kinoplex NorteShopping 5. Legendado: Cinemark Downtown 1, Cinemark Plaza Shopping 5, Cinesystem Recreio 2, Kinoplex Leblon 4, UCI New York City Center 7. Dublado, 3D: Bay Market 3, Box Cinemas São Gonçalo 1, Cine 10 Sulacap 1, Cinespaço Boulevard 3, Cinemark Botafogo 3, Cinemark Downtown 3, Cinemark Plaza Shopping 4, Cinépolis Lagoon 6, Cinesystem Bangu 2, Cinesystem Ilha Plaza 4, Cinesystem Via Brasil 5, Espaço Rio Design 1, Estação Vivo Gávea 5, Iguaçu Top 1, Iguatemi 1, Kinoplex Fashion Mall 2, Kinoplex Grande Rio 5, Kinoplex Nova América 7, Kinoplex Tijuca 1, Kinoplex West Shopping 2, Rio Sul 2, Roxy 3, São Luiz 3, UCI New York City Center 4 e 14, UCI Kinoplex NorteShopping 9, Unibanco Arteplex 4, Via Parque 5. Legendado, 3D: Cinespaço Boulevard 3, Cinemark Botafogo 6, Cinemark Downtown 12, Cinemark Plaza Shopping 4, Cinépolis Lagoon 6, Cinesystem Ilha Plaza 4, Estação Vivo Gávea 5, Kinoplex Fashion Mall 2, Kinoplex Tijuca 1, Rio Sul 2, Roxy 3, São Luiz 3, UCI New York City Center 4 e 9, UCI Kinoplex NorteShopping 9, Unibanco Arteplex 4, Via Parque 5.

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✪✪✪ AS CANÇÕES, de Eduardo Coutinho (Brasil, 2011). Documentário. O mais importante e influente documentarista brasileiro recorre a um tema simples em seu novo trabalho. Coutinho, de 78 anos, colhe depoimentos profundos e tocantes e usa o mesmo formato cênico do formidável Jogo de Cena (2007). Apenas uma poltrona sobre um palco serve de apoio para anônimos abrirem o coração e revelar qual é a música marcante de sua vida. Em dois meses de pesquisa nas ruas do Rio de Janeiro, 42 pessoas falaram para a câmera (só dezoito permaneceram após a montagem final). Em geral, as canções mencionadas abordam perdas e separações ? não à toa, Roberto Carlos lidera a preferência com Olha e Não Se Esqueça de Mim. Mas as entrevistas vão além da tristeza e da melancolia (90min). Livre. Estreou em 9/12/2011. Unibanco Arteplex 5.

✪✪✪ CAVALO DE GUERRA, de Steven Spielberg (War Horse, EUA, 2011). Embora tenha produzido uma leva de filmes nos últimos anos, Spielberg não assinava a direção de um longa-metragem desde Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal, de 2008. Neste drama de guerra, o realizador fez uma adaptação do livro homônimo do inglês Michael Morpurgo. Em impecável recriação de época, leva a plateia para a Inglaterra de 1914, onde um casal de fazendeiros (papéis de Peter Mullan e Emily Watson) está atolado em dívidas e prestes a perder a propriedade. Ao arrematar Joey, um caro puro-sangue, num leilão, o teimoso Ted Narracott pensa ter salvado a lavoura, literalmente. Porém, o cavalo, xodó de seu único filho, Albert (o estreante Jeremy Irvine), demora a engrenar no arado. Quando tudo parece entrar nos eixos, eclode a I Guerra. O animal é comprado por um tenente para servir nas frentes de batalha, deixando Albert desconsolado. Algum tempo depois, o rapaz se junta à cavalaria britânica com o propósito de reencontrar Joey. Embora tenha duração excessiva e algumas passagens arrastadas, a fita traz a marca de seu criador: previsível e capaz de emocionar na hora certa. No Oscar, concorre a melhor filme e mais cinco prêmios técnicos (146min). 12 anos. Estreou em 6/1/2012. Espaço Museu da República, Kinoplex West Shopping 3.

✪✪✪ COMPRAMOS UM ZOOLÓGICO, de Cameron Crowe (We Bought a Zoo, EUA, 2011). Cameron Crowe já foi um diretor mais pop em títulos como Vida de Solteiro (1992) e Quase Famosos (2000). Seis anos depois de Tudo Acontece em Elizabethtown, retorna com uma adocicada comédia dramática inspirada em histórias reais. Na trama, Matt Damon interpreta o viúvo Benjamin, que, ainda abalado pela morte da mulher, se muda com os dois filhos ? uma fofa menina e um adolescente rebelde ? para o interior da Califórnia. Acontece que na propriedade existe um zoológico fechado e parcialmente mantido pelo governo. A solução: arregaçar as mangas e contar com a ajuda dos funcionários para reabrir o estabelecimento. Sem tino nem experiência no assunto, o protagonista vai atravessar uma fase ainda mais difícil. Na linha do lema “a união faz a força”, o roteiro tem o mérito de evitar um romance forçado entre os personagens de Damon e Scarlett Johansson, na pele de uma tratadora de animais. Eficiente em sua proposta e conservador no formato, o filme possui graça, encanto e pequenos dramas para conquistar plateias de várias idades. Com Elle Fanning (124min). Livre. Estreou em 23/12/2011. UCI New York City Center 7.

✪✪✪✪ UM CONTO CHINÊS, de Sebas­tián Borensztein (Un Cuento Chino, Argentina/Espanha, 2011). Comédia dramática. Praticamente com apenas dois atores, o diretor argentino Sebastián Borensztein fez um pequeno grande filme. Um ótimo roteiro, também de sua autoria, mistura drama e humor na trajetória de Roberto, interpretado pelo excelente Ricardo Darín, de O Filho da Noiva e Abutres. Esse tipo de poucas palavras e raros amigos é dono de uma loja de ferragens em Buenos Aires. Nunca se casou, não tem filhos e cultua a falecida mãe. Em seu trabalho, revela-se metódico e sem muita paciência com os fregueses, digamos, mais exigentes. Seu cotidiano, contudo, vira de pernas para o ar quando ele decide ajudar um imigrante chinês a reencontrar o tio pela cidade. Sem falar uma única palavra em espanhol e sem saber o paradeiro do parente, Jun (Ignacio Huang) mostra-se amigável e prestativo. O cineasta não apela para o sentimentalismo. Prefere comover a plateia na base da diversão e da delicadeza (93min). 14 anos. Estreou em 2/9/2011. Espaço Museu da República.

✪✪✪ UMA DOCE MENTIRA, de Pierre Salvadori (De Vrais Mensonges, França, 2010). Ambientada na charmosa cidade de Sète, no sul da França, a comédia flagra as confusões arquitetadas por uma cabeleireira. Sócia de um salão de beleza, Émilie (Audrey Tautou) só consegue voltar seus olhos negros para o trabalho e nem repara em Jean (Sami Bouajila), um funcionário apaixonado por ela. Por trás da timidez e da simplicidade, o discreto rapaz possui formação superior, é poliglota e escreve poemas. Confiante no seu taco, ele manda uma carta de amor anônima à patroa. Além de ignorá-la, Émilie aproveita o romântico conteúdo para enviar uma mensagem, igualmente sem assinatura, a sua mãe, Maddy (Nathalie Baye). Essa sessentona anda na fossa quatro anos depois de ter sido abandonada pelo marido. Após ler a declaração do suposto admirador secreto, Maddy remoça e tenta a qualquer custo descobrir a identidade dele (105min). 10 anos. Estreou em 9/9/2011. Cinemark Downtown 7.

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✪✪✪ 2 COELHOS, de Afonso Poyart (Brasil, 2012). Surpreende a estreia em longa-metragem do cineasta santista, vindo dos filmes publicitários e videoclipes. Além da direção, Poyart, de 32 anos, ocupou-se da produção, do roteiro e da montagem e fez uma bacana fita de ação, original para os padrões do cinema brasileiro. Pop, vibrante e com efeitos visuais criativos, o resultado vai ao encontro dos jovens, seu público-alvo. A trama pode parecer confusa, mas o roteiro bem amarrado traz surpresas ao longo da história. Nela, o jovem nerd Edgar (Fernando Alves Pinto) foi absolvido depois de atropelar duas pessoas num acidente de carro. Após dois anos em Miami, volta a São Paulo com um plano de vingança. Estão em sua mira uma quadrilha chefiada pelo irascível Máicon (o sempre excelente Marat Descartes, de Trabalhar Cansa) e um deputado corrupto (Roberto Marchese). Em deliciosa narrativa de vaivéns no tempo, o realizador não perde o fio da meada e ainda abre espaço para um casal de advogados (Alessandra Negrini e o fraco Neco Vila Lobos), um grupo de bandidos, um professor (Caco Ciocler) arrasado pela morte da mulher e do filho…. Os personagens vão convergir para um desfecho eletrizante, rodado na Praça Roosevelt ? o cineasta aproveita bem a capital paulista, filmando no edifício Copan, na Praça Charles Miller, na Avenida do Estado e na Vila Brasilândia. Com Thaíde, Thogun e Norival Rizzo (100min). 16 anos. Estreou em 20/1/2012. Box Cinemas São Gonçalo 2, Cine 10 Sulacap 4, Cinespaço Boulevard 4, Cinemark Botafogo 3, Cinemark Carioca Shopping 3, Cinemark Downtown 11, Cinesystem Bangu 6, Cinemark Plaza Shopping 5, Cinesystem Ilha Plaza 1, Cinesystem Recreio 4, Cinesystem Via Brasil 1, Estação Sesc Laura Alvim 2, Iguatemi 7, Kinoplex Grande Rio 3, Kinoplex Nova América 3, Kinoplex Tijuca 3, Kinoplex West Shopping 3, UCI New York City Center 1, UCI Kinoplex NorteShopping 8.

✪✪ O ESPIÃO QUE SABIA DEMAIS, de Tomas Alfredson (Tinker Tailor Soldier Spy, França/Inglaterra/Alemanha, 2011). Suspense de espionagem. O diretor sueco de Deixa Ela Entrar comanda uma adaptação gélida e por vezes sonolenta do best-seller de John le Carré. No Oscar, concorre a melhor ator (um trabalho superestimado de Gary Oldman), roteiro adaptado e trilha sonora. Na trama, ambientada em 1973, o agente George Smiley (Oldman) é designado para uma tarefa árdua: descobrir, entre seus colegas do serviço de inteligência secreto, quem seria um espião a serviço dos soviéticos. Embora o filme valha pelo empenho do soberbo elenco inglês, que ainda inclui o vencedor do Oscar Colin Firth (O Discurso do Rei), John Hurt, Mark Strong, Toby Jones e Tom Hardy, a complexa narrativa exige atenção redobrada da plateia (127min). 14 anos. Estreou em 13/1/2012. Cinemark Downtown 2, Estação Sesc Botafogo 1, Estação Sesc Laura Alvim 3, Estação Vivo Gávea 3, Kinoplex Fashion Mall 3, Kinoples Leblon 1, UCI New York City Center 6.

✪✪ ESSES AMORES, de Claude Lelouch (Ces Amours-là, França, 2010). Em seu novo drama, o experiente diretor de Um Homem, Uma Mulher (1966) pretende fazer uma homenagem ao cinema relembrando algumas passagens de sua trajetória. Embora tão ambiciosa quanto Retratos da Vida (1981), talvez seu filme mais famoso no Brasil, a fita tem cara de minissérie condensada. A história começa no início do século XX e centra-se na II Guerra e em alguns anos adiante. Durante a ocupação nazista na França, Ilva (Audrey Dana) pede a um oficial alemão que livre seu pai (Dominique Pinon), projecionista de um cinema, do fuzilamento. Pedido aceito, ela se torna amante dele. Tempos depois, fica dividida entre dois soldados americanos: um negro pobre e um branco rico (120min). 12 anos. Estreou em 26/8/2011. Cinemark Plaza Shopping 2.

✪ FAÇA-ME FELIZ!, de Emmanuel Moret (Fais-moi Plaisir, França, 2009). Exibida na Mostra Internacional de 2009, chega com atraso ao circuito essa desanimadora comédia francesa. O mote é machista. Para reacender a chama do casamento, Ariane (Frédérique Bel) decide que seu marido, o panaca e feioso Jean-Jacques (Emmanuel Mouret), deve ter uma amante. Sem que ele saiba, a escolhida é filha do presidente da França. Além de um ponto de partida nada convincente, o roteiro apela para situações de humor pastelão para extrair risos à força (90min). 12 anos. Estreou em 6/1/2012. Estação Sesc Botafogo 3, Estação Sesc Laura Alvim 2.

✪✪✪✪ A FONTE DAS MULHERES, de Radu Mihaileanu (La Source des Femmes, França/Itália/Bélgica/Marrocos, 2011). Diretor de filmes versáteis, como a comédia de humor negro Trem da Vida (1998) e o drama O Concerto (2009), o judeu romeno radicado na França flerta agora com um assunto alheio à sua formação: o mundo árabe e as tradições islâmicas. A história do drama foi inspirada em um caso real ocorrido na Turquia em 2001. Numa remota aldeia marroquina, a jovem Leila (Leïla Bekhti) perdeu o filho durante a gravidez, ao escorregar na descida de uma colina. Enquanto os homens fumam, bebem chá e papeiam, as mulheres se esforçam para subir ao topo do tal monte e de lá trazer água em pesados baldes. O vilarejo sobrevive do dinheiro dos turistas, que só Alá sabe onde vai parar. Uma intrépida viúva, chamada Velho Fuzil (papel da esplêndida atriz argelina Biyouna), tem a ideia revolucionária: as mulheres devem fazer greve de sexo até que seus maridos se agitem para reverter a situação. Com tantas mudanças pipocando na Tunísia, no Egito, na Síria e em outros países muçulmanos, o enredo se vale da realidade para trazer um sopro de transformação às asperezas da vida. Tudo com a leveza de um conto de fadas (135min). 14 anos. Estreou em 20/1/2012. Estação Sesc Ipanema 1.

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✪✪✪ O GAROTO DA BICICLETA, de Jean-­Pierre e Luc Dardenne (Le Gamin au Vélo, Bélgica/França/Itália, 2011). Vencedor do Grande Prêmio do Júri no último Festival de Cannes, o drama, que está no páreo de melhor filme estrangeiro no Globo de Ouro, mostra-se mais um acerto na carreira dos irmãos cineastas belgas de O Filho (2002) e A Criança (2005). O enredo, comum na carreira da dupla, é triste. Cyrill (Thomas Doret, uma excelente revelação), de 12 anos, foi abandonado pelo pai (Jérémie Renier) e encontrou na cabeleireira Samantha (Cécile De France) uma zelosa guardiã. Mas, ainda inconformado, o rebelde garoto começa uma amizade com um rapaz envolvido com o tráfico de drogas. Os realizadores deixam de lado o sentimentalismo barato e investem num realismo quase documental capaz de emocionar pela sinceridade dos personagens e de quem os interpreta (87min). 14 anos. Estreou em 18/11/2011. Cine Joia, Unibanco Arteplex 2.

✪✪✪ GATO DE BOTAS, de Chris Miller (Puss in Boots, EUA, 2011). O personagem surgiu no segundo longa-metragem de Shrek, e, cheio de charme e malícia, o Gato de Botas tem aqui o auxílio de novos companheiros para amparar sua história. Na trama, ele foi expulso do vilarejo San Ricardo depois de se envolver em roubos. Quem o pôs nessa jogada foi Humpty Dumpty, seu coleguinha desde os tempos de orfanato. Agora, ambos se unem para uma nova empreitada: furtar os feijões mágicos de um casal para chegar até uma gansa que bota ovos de ouro. Técnica impecável, humor espirituoso e ligeireza na ação completam a animação, que conquistou indicação ao Oscar da categoria (90min). Livre. Estreou em 9/12/2011. Dublado: Cine 10 Sulacap 5, UCI New York City Center 15. Dublado, 3D: Cinespaço Boulevard 6, Cinesystem Bangu 1, Cinesystem Via Brasil 4, UCI New York City Center 12.

✪✪ A HORA DA ESCURIDÃO, de Chris Gorak (The Darkest Hour, EUA/Rússia, 2011). Diretor do revigorante filme de ação O Procurado, o russo Timur Bekmambetov anda promovendo parcerias com Hollywood como produtor. Uma delas é esta aventura de terror, toda ambientada em Moscou ? daí seu diferencial e sua maior atração. Há ainda eficiência no suspense e bons efeitos visuais em uma trama americanizada e, pior, recheada de clichês. O elenco também não ajuda. Emile Hirsch (Na Natureza Selvagem) e Max Minghella (Tudo pelo Poder) são amigos e sócios numa empresa especializada em criar sites nos Estados Unidos. Ao chegarem à capital russa para uma reunião de negócios, descobrem que foram passados para trás por um rival sueco (Joel Kinnaman). A dupla, contudo, decide se esbaldar na noite, quando conhece duas conterrâneas (papéis de Olivia Thirlby e Rachael Taylor, ambas constrangedoras como atrizes). O pior vem a seguir: do céu caem fachos de energia alienígena que, num piscar de olhos, transformam as pessoas em cinzas. Os protagonistas conseguem se trancar na despensa de um bar e, dias depois, encontram uma cidade vazia, na linha desoladora de Eu Sou a Lenda, com o qual este longa-metragem guarda parentesco (89min). 12 anos. Estreou em 13/1/2012. Dublado: Cine 10 Sulacap 5, Cinespaço Boulevard 1, UCI Kinoplex NorteShopping 2. Legendado: Cinemark Carioca Shopping 7. Dublado, 3D: Cinesystem Bangu 1, Cinesystem Via Brasil 4. Legendado, 3D: UCI New York City Center 12.

✪✪ HUBBLE 3D, de Toni Myers (Canadá, 2010). O documentário curtinho foi feito para ser exibido na formidável sala Imax e, por isso, traz aqueles efeitos de três dimensões de deixar o público boquiaberto. Em foco está a missão de sete astronautas que, em 2009, foram enviados ao espaço pela Nasa para consertar o telescópio Hubble. Se as imagens em 3D absolutamente fantásticas de galáxias ganham o fascínio do espectador, o trabalho da equipe torna a fita (sobretudo para a criançada) bem menos interessante (44min). Livre. Estreou em 26/8/2011. Dublado, 3D: UCI New York City Center 4.

✪ IMORTAIS, de Tarsem Singh Dhandwar (Immortals, EUA, 2011). Não se deixe levar pelo trailer, que reúne as melhores e as mais impactantes cenas. Por se tratar de uma aventura épica, nos moldes visuais e dos mesmos produtores de 300, esperava-se algo semelhante. Mas a mão pesada e o gosto duvidoso do diretor do horrendo A Cela (2000) comprometem o andamento do longa-metragem, ainda pior do que seu “primo” mais próximo, Fúria de Titãs. A trama se passa em 1226 a.C. e envereda pela Grécia antiga a fim de retratar um pouco da mitologia. Para expandir seu império, o rei Hipérion (Mickey Rourke) dizima a aldeia onde mora o camponês Teseu (o bonitão Henry Cavill, o novo Superman) e mata a mãe dele. O rapaz, então, prepara um contra-ataque e tem uma ajudinha dos deuses, sobretudo de Zeus (Luke Evans), para combater o tirano. Se como “lição de história” a fita se mostra confusa e anêmica, a direção de arte cafonérrima e as atua­ções canastronas exibem os defeitos mais gritantes. A ação é rala e os enquadramentos fechados também evidenciam a falta de criatividade do realizador. Com John Hurt, Freida Pinto e Stephen Dorff (110min). 16 anos. Estreou em 30/12/2011. Dublado: Box Cinemas São Gonçalo 3, Cinemark Carioca Shopping 7. Legendado: Cinemark Botafogo 1, UCI New York City Center 16. Dublado, 3D: Cinesystem Bangu 1, Cinesystem Via Brasil 4, Kinoplex Grande Rio 2, Kinoplex West Shopping 5, UCI New York City Center 2, UCI Kinoplex NorteShopping 3. Legendado, 3D: Cinemark Plaza Shopping 7, UCI New York City Center 2, UCI Kinoplex NorteShopping 3.

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JARDIM DAS FOLHAS SAGRADAS, de Pola Ribeiro (Brasil, 2011). No primeiro longa-metragem do diretor baiano, o ator Antônio Godi interpreta o bancário Bonfim, um rapaz negro dividido entre o casamento com uma evangélica (Evelin Buchegger) e uma relação homossexual com Castro (João Miguel). O drama tem início após um trágico acontecimento, que leva o protagonista a cumprir uma missão: fundar um terreiro de candomblé (100min). 14 anos. Estreou em 25/11/2011. Cinemark Carioca Shopping 3.

✪✪✪✪ MEDIANERAS – BUENOS AIRES NA ERA DO AMOR VIRTUAL, de Gustavo Taretto (Medianeras, Argentina/Espanha/Alemanha, 2011). Comédia dramática. Ao longo de enxuta uma hora e meia, o roteiro vai explorar, entre a comédia e o drama, o cotidiano de duas pessoas quase iguais, quase complementares. Ambas moram na mesma Avenida Santa Fé, em Buenos Aires, e, apesar de vizinhas, nunca se encontraram. Martín (Javier Drolas) vive numa quitinete, especializou-se na criação de sites, toma ansiolíticos e, cheio de manias, só anda a pé. Formada em arquitetura, Mariana (papel da espanhola Pilar López de Ayala, de Lope) ganhou outra ocupação: tornou-se vitrinista de lojas. Abandonada pelo namorado, a moça não usa elevador e gosta de procurar o personagem Wally no livro infantil. Lapidada com humor afiado, a fita saiu da recente competição de Gramado com os prêmios de melhor filme estrangeiro, melhor diretor e júri popular. Seus adoráveis neuróticos anônimos têm inspiração em Woody Allen ? não à toa há uma cena de Manhattan (1979), do cineasta americano, numa referência explícita. Em resumo: trata-se de um criativo painel do mundo de hoje, movido por relações virtuais, porém com uma pontinha de esperança na sensibilidade do calor humano (95min). 12 anos. Estreou em 2/9/2011. Cine Joia, Estação Sesc Botafogo 3.

✪✪✪ MISSÃO: IMPOSSÍVEL – PROTOCOLO FANTASMA, de Brad Bird (Mission: Impossible: Ghost Protocol, EUA, 2011). Sai J.J. Abrams (agora apenas produtor) e entra Brad Bird na direção do quarto capítulo da cinessérie de ação. Responsável pelas animações Os Incríveis e Ratatouille, Bird traz humor (coisa raríssima nos filmes anteriores) e agitação na linha dos desenhos animados. O resultado surpreende menos pela história e mais pelas eletrizantes sequências de tensão e suspense. Para se ter uma ideia, no ponto alto da trama, o agente Ethan Hunt (Tom Cruise) escala o Burj Khalifa, o edifício mais alto do mundo, em Dubai. Há também cenas em Moscou e na Índia, igualmente formidáveis e filmadas com uma precisão técnica de deixar a plateia boquiaberta. No começo do longa-metragem, Hunt está preso na Rússia e, logo em seguida, numa missão na capital, é acusado de bombardear o Kremlin. Sua agência secreta, então, sai de cena e Hunt passa a ser um homem comum. Mas não por muito tempo. Disposto a limpar o seu nome, vai atrás do verdadeiro culpado pelo ato terrorista, montando uma equipe particular. O enredo traz ainda sua colega (papel de Paula Patton) tentando encontrar o assassino de seu namorado. Com Jeremy Renner e Simon Pegg (133min). 12 anos. Estreou em 21/12/2011. Dublado: UCI New York City Center 10, UCI Kinoplex NorteShopping 8. Legendado: Cinemark Downtown 2, UCI New York City Center 10.

✪✪✪ OS MUPPETS, de James Bobin (The Muppets, EUA, 2011). Criados por Jim Henson (1936-1990), os Muppets voltam ao cinema numa iniciativa do ator Jason Segel (Eu Te Amo, Cara). Produtor e roteirista da comédia, além de fã do programa Muppet Show, levado ao ar entre 1976 e 1981, Segel também faz o protagonista. Ele interpreta Gary, que, com sua namorada (Amy Adams), mora na fictícia Smalltown. Acompanhados de Walter, um boneco irmão de Gary, eles deixam a cidadezinha para ir até Los Angeles conhecer os estúdios dos Muppets. Mas o teatro onde eles se apresentavam está à beira da demolição e, pior, os bonecos debandaram. Inconformado, o trio sai à procura de Kermit, o sapo antes conhecido como Caco, Miss Piggy e companhia. Exceto pela pavorosa dublagem em português (até as canções são vertidas para a nossa língua), a fita funciona a contento tanto para crianças (que desconhecem os personagens) quanto para marmanjos nostálgicos da década de 80 (93min). Livre. Estreou em 2/12/2011. Dublado: UCI New York City Center 6.

✪✪✪ A MÚSICA SEGUNDO TOM JOBIM, de Nelson Pereira dos Santos e Dora Jobim (Brasil, 2012). Apesar de nada acrescentar à biografia de Tom Jobim (1927-1994), o documentário musical tem o mérito de agradar aos fãs do autor de Águas de Março. Numa parceria do cineasta Nelson Pereira dos Santos com Dora Jobim, neta do compositor, a coletânea musical deixa de lado as entrevistas e o blá-blá-blá para ir direto ao ponto: as canções eternizadas na voz de seu criador e de artistas variados. Há momentos emblemáticos, a exemplo dos célebres encontros de Tom com Frank Sinatra, em 1967, e com Elis Regina, registrado no formidável disco Elis & Tom (1974). São as cenas tiradas do fundo do baú, contudo, que mais impressionam. Entre elas, Agostinho dos Santos canta A Felicidade, o francês Henri Salvador, Eu Sei que Vou Te Amar, a diva Ella Fitzgerald mostra uma versão em inglês de Desafinado (Off Key) e a italiana Mina dá roupagem brega a Garota de Ipanema. Sobressaem na fita as imagens raras e desbotadas pelo tempo de Judy Garland interpretando Insensatez, ou How Insensitive (90min). Livre. Estreou em 20/1/2012. Cinemark Downtown 10, Cinépolis Lagoon 4, Leblon 2, Roxy 1, Unibanco Arteplex 5.

✪✪✪✪ O PALHAÇO, de Selton Mello (Brasil, 2011). Comédia dramática. Grande ator do cinema e da TV, Selton Mello estreou como diretor em 2008 com o denso Feliz Natal. Para seu segundo trabalho, aparou arestas, maneirismos e as tentações típicas dos principiantes. Conseguiu, assim, um feito: realizar um dos mais belos filmes do ano, tanto por seu visual arrebatador quanto pelo roteiro emotivo, uma mistura de drama melancólico e humor singular, raramente presente no cinema nacional. Felizmente, o público anda correspondendo às expectativas e, até agora, a fita já arrebatou mais de 1,4 milhão de espectadores. Trata-se aqui da transformação do conformista Benjamin (papel de Selton). Filho do dono de um circo, ele divide o picadeiro com o pai (Paulo José) em andanças pelo interior do Brasil, provavelmente na década de 70 (não há uma data específica na história). A dupla de palhaços Pangaré e Puro Sangue é a sensação de crianças e adultos. Mas, embora divirta as plateias, Benjamim, lá no fundo, não se sente confortável nem feliz. Triste e solitário, quer mudar de profissão, ter uma namorada, ser outra pessoa. Para isso, precisa cortar os laços. Referências aos diretores Jacques Tati e Fellini são evidentes e a direção de arte de Claudio Amaral Peixoto é de arrepiar, assim como a trilha sonora de Plínio Profeta. No elenco afiado, composto de novatos (como Larissa Manoela) e experientes (Teuda Bara e Jorge Loredo), Moa­cyr Franco rouba a cena numa aparição curtíssima que lhe valeu um surpreendente prêmio de melhor ator coadjuvante no Festival de Paulínia. Selton também saiu de lá com os troféus de melhor diretor e melhor roteiro (90min). 10 anos. Estreou em 28/10/2011. Estação Sesc Botafogo 2.

✪✪✪ A PELE QUE HABITO, de Pedro Almodóvar (La Piel que Habito, Espanha, 2011). Pode ser clichê, mas um filme mais fraco de Almodóvar sempre se mostra melhor do que a média em cartaz. Em seu 18º longa-metragem, o grande e inspirado diretor espanhol tira o humor de cena e investe num drama de suspense com toques macabros. Na fita, indicada ao Globo de Ouro de melhor filme estrangeiro, o cirurgião plástico Robert Ledgard (Antonio Banderas) possui uma clínica particular em Toledo e, lá, vive às voltas com a revolucionária invenção de uma pele humana sintética. Motivações não lhe faltam: anos atrás, sua esposa teve o corpo queimado num acidente de carro e se suicidou tempos depois. A cobaia da experiência é uma bela jovem (papel de Elena Anaya), que fica trancada num quarto e não pode se comunicar com ninguém pessoalmente. Só o doutor tem acesso a ela. Quem seria essa moça? Qual o motivo de ela viver como uma presidiária? Por que a empregada de Ledgard (papel de Marisa Paredes) quer que o patrão a mate? As respostas, nos roteiros de Almodóvar, costumam chegar rechea­das de surpresas ? e aqui não é diferente (110min). 16 anos. Estreou em 4/11/2011. Estação Sesc Botafogo 2, Estação Sesc Laura Alvim 2, UCI New York City Center 8.

✪✪✪ ROMÂNTICOS ANÔNIMOS, de Jean-Pierre Améris (Les Émotifs Anonymes, França/Bélgica, 2010). Tanto Jean-René (papel do ótimo Benoît Poelvoorde, de Coco Antes de Chanel) quanto Angélique (Isabelle Carré) são um poço de insegurança e sofrem de timidez crônica. Chocolatière de mão-cheia, Angélique frequenta um grupo de apoio para melhorar sua relação com o mundo. Desempregada, essa quarentona se candidata a uma vaga numa centenária (e quase falida) fábrica de chocolates, cujo dono, Jean-René, igualmente bate ponto no terapeuta. O objetivo dele: dar fim ao medo de tudo e de todos, inclusive seu pavor de se envolver com as mulheres. A comédia romântica pode indicar um dramalhão psicológico, mas o diretor e roteirista Jean-Pierre Améris, inspirado em experiências pessoais, prefere extrair graça dos distúrbios de seus personagens. Em levada de fábula romântica, puxada por breves números cantados (na linha do clássico Os Guarda-Chuvas do Amor), a enxuta história conquista por sua despretensão e simplicidade. Típico longa-metragem francês de apelo popular, traz começo, meio e fim para a plateia sair da sessão feliz da vida (80min). 10 anos. Estreou em 23/12/2011. Estação Sesc Laura Alvim 3, Unibanco Arteplex 2.

✪✪✪✪✪ A SEPARAÇÃO, de Asghar Farhadi (Jodaeiye Nader az Simin, Irã, 2011). Na primeira cena do drama, o casal Simin (Leila Hatami) e Nader (Peyman Moadi) está de frente para um juiz. Ela precisa do divórcio para se mudar de país com Termeh (Sarina Farhadi), a filha adolescente. Como ele se recusa a assinar os papéis, o caso fica sem conclusão. Nader não quer sair do Irã e deixar seu pai, debilitado pela doença de Alzheimer. Na sequência seguinte, Simin faz as malas e volta a morar com sua família e Nader contrata Razieh (Sareh Bayat) para cuidar do velho doente. Sem nenhuma experiência como enfermeira, Razieh tenta ajudar o marido desempregado (Shahab Hosseini) nas despesas. Um descuido dela vai desencadear uma série de segredos, mentiras e mal-entendidos. Vencedora do Globo de Ouro e indicada ao Oscar de melhor filme estrangeiro e roteiro original, a fita do mesmo diretor do já surpreendente Procurando Elly (2009) saiu do Festival de Berlim 2011 com o Urso de Ouro e o Urso de Prata para os quatro protagonistas (Leila, Sareh, Moadi e Hosseini). Todas as recompensas têm justificativa. O enredo, plural e realista, faz emergir um magnífico tratado das relações humanas. É como se, a cada reviravolta, o realizador exigisse da plateia uma posição sobre os variados assuntos. O tema da separação, enfim, torna-se um mero detonador de conflitos cada vez maiores e irresistivelmente fascinantes. Em duas horas, o afiadíssimo elenco entrega-se sem trégua a debates de ordem política, religiosa e moral (123min). 12 anos. Estreou em 20/1/2012.Espaço Rio Design VIP, Estação Sesc Barra Point 1, Estação Sesc Ipanema 2, Estação Sesc Rio 3, Kinoplex Fashion Mall 4, Unibanco Arteplex 3.

✪✪ SHERLOCK HOLMES – O JOGO DE SOMBRAS, de Guy Ritchie (Sherlock Holmes: a Game of Shadows, EUA, 2011). Dois anos atrás, o diretor Guy Ritchie havia quase acertado a mão ao resgatar o detetive do escritor Arthur Conan Doyle (1859-1930) numa fita acelerada e com roupagem de ação, sem esquecer os mistérios, trunfos das histórias originais. Nesta segunda aventura, o ex-marido de Madonna regride ao dar ritmo alucinante a uma traminha sem consistência. Mais parece um genérico de uma fita de super-heróis, só que ambientada no fim do século XIX ? direção de arte, figurinos e cenários digitais são de tirar o chapéu. Em 1891, uma série de mortes e atentados, como uma explosão a bomba em Viena, intriga Sherlock Holmes (Robert Downey Jr.). Ele quer investigar o caso, mas seu fiel amigo e parceiro, Dr. Watson (Jude Law), vai se casar. Holmes, porém, consegue raptar Watson na lua de mel e parte para cima do suspeito, o professor James Moriarty (Jared Harris). Estrela do primeiro filme, Rachel McAdams faz uma ponta e deixa o posto para a sueca Noomi Rapace, mais bem aproveitada na versão original de Os Homens que Não Amavam as Mulheres. Com Stephen Fry (129min). 14 anos. Estreou em 13/1/2012. Dublado: Bay Market 4, Box Cinemas São Gonçalo 5, Cine 10 Sulacap 2, Cinespaço Boulevard 5, Cinemark Carioca Shopping 6, Cinesystem Bangu 4, Cinesystem Via Brasil 6, Iguatemi 3, Kinoplex Grande Rio 6, Kinoplex Nova América 3, Kinoplex West Shopping 1, UCI New York City Center 18, UCI Kinoplex NorteShopping 4, Via Parque 1. Legendado: Cinemark Botafogo 2, Cinemark Downtown 7 e 8, Cinépolis Lagoon 2, Cinesystem Ilha Plaza 1, Cinemark Plaza Shopping 2, Cinesystem Recreio 4, Cinesystem Via Brasil 6, Espaço Rio Design 2, Estação Vivo Gávea 1, Kinoplex Fashion Mall 3, Kinoples Leblon 1, Kinoplex Nova América 4, Kinoplex Tijuca 2, Roxy 1, São Luiz 1, UCI New York City Center 8 e 17, UCI Kinoplex NorteShopping 10, Unibanco Arteplex 1, Via Parque 4.

✪✪✪✪ TOMBOY, de Céline Sciamma (Tomboy, França, 2011). Não foi à toa que a diretora e roteirista francesa Céline Sciamma saiu do Festival de Berlim do ano passado com o prêmio Teddy, destinado às produções de temática homossexual. Com abordagem original e atuação sensacional da pequena protagonista Zoé Héran, a cineasta supera os clichês usados em seu filme Lírios d?Água, de 2007. A menina interpreta Laure, uma garota de 10 anos que se muda com os pais (Mathieu Demy e Sophie Cattani) e a irmã caçula (a adorável Malonn Lévana) para um subúrbio de Paris. É verão, Laure só veste bermudão e regata. De cabelos curtinhos, acaba confundida pela vizinha Lisa (Jeanne Disson) com um menino. Apresenta-se, então, como Mickäel e, a partir daí, decide assumir a farsa para ela e os demais amiguinhos. Entre o humor e o drama, a realizadora traz à tona conflitos triviais familiares ? a terceira gravidez da mãe, a ausência temporária do pai etc. Com bom-senso e sinceridade, prefere jogar em cima de sua estrela mirim as confusões de uma infância marcada por uma crível crise de identidade sexual sem saber ao certo onde isso vai dar (85min). 10 anos. Estreou em 13/1/2012. Estação Sesc Botafogo 3, Estação Vivo Gávea 3.

✪✪✪ TUDO PELO PODER, de George Clooney (The Ides of March, EUA, 2011). Depois de receber quatro indicações ao Globo de Ouro (melhor filme/drama, roteiro, direção e ator, para Ryan Gosling), este quarto (e melhor) filme comandado por George Clooney deve entrar na corrida do Oscar. Inspirado numa peça teatral, o drama político tem o galã como corroteirista e em um dos papéis principais. A trama trata dos bastidores de uma campanha eleitoral americana e traz Clooney na pele de Mike Morris, governador do estado da Pensilvânia às voltas com as primárias em Ohio. Ele disputa com um senador uma vaga entre os democratas para concorrer à Presidência. Em excelente atuação, Gosling (de Namorados para Sempre) faz o protagonista Stephen Meyers. Secretário de Morris, ele vive diariamente numa corda bamba tentando driblar a superioridade do coordenador da campanha (interpretado por Philip Seymour Hoffman) e o assédio do assessor do outro candidado (Paul Giamatti) para que ele mude de lado. Seu único momento de prazer é quando está na cama com a estagiária vivida por Evan Rachel Wood. Por mais que seu enredo seja muito afeito aos americanos, a fita consegue entreter pela narrativa bastante fluente e por reviravoltas sedutoras (101min). 14 anos. Estreou em 23/12/2011. Cine Joia, Estação Sesc Botafogo 3, Estação Sesc Laura Alvim 2.

✪✪✪ O ÚLTIMO DANÇARINO DE MAO, de Bruce Beresford (Mao?s Last Dancer, Austrália, 2009). O drama inspirado na autobiografia do bailarino Li Cunxin tem início em 1980. Em Houston, Texas, o diretor de uma companhia de balé (Bruce Greenwood) hospeda em casa um rapaz vindo de Pequim. Li Cunxin (Chi Cao) vai fazer um estágio de três meses nos Estados Unidos. A história, então, retrocede para mostrar sua ascensão. Nascido numa aldeia chinesa, o frágil Li (Wen Bin Huang) foi tirado da família ainda menino por agentes de Mao Tsé-tung. O objetivo: ser treinado numa escola de dança da capital. Li cresceu sob os preceitos comunistas e sempre baixou a cabeça para os desígnios de seu povo. Em sua estada americana, no entanto, vê-se tentado a mudar o destino. Diretor de Conduzindo Miss Daisy (1990), o australiano Bruce Beresford segue uma cartilha própria para abordar o comunismo e o capitalismo, concentrando-se sobretudo nos dilemas de seu protagonista, interpretado por um fraco ator, mas ótimo dançarino (117min). 14 anos. Estreou em 9/12/2011. Cine Joia, Estação Sesc Botafogo 3.

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