Quem calculou a sensação térmica no Rio esta semana – que chegou a 52,7 graus nesta segunda (13) – não entrou num dos ônibus sem ar-condicionado que circulam pela cidade. Segundo a Secretaria municipal de Transportes, eles são pelo menos 708 – sem contar os que estão com aparelhos desligados ou quebrados. A promessa de climatizar todos os coletivos se arrasta desde 2014. Até os ônibus de BRT, comprados com o sistema, viraram “quentões”.
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Para os cariocas que dependem do transporte público da cidade, viajar num “quentão” é mesmo uma prova de fogo. Que o diga a auxiliar de vendas Emanuelle Pires, que usa a linha 298 (Acari x Castelo) para ir de São Cristóvão ao Cachambi. Ela contou ao jornal O Globo que, apesar de as janelas do ônibus serem lacradas para que ele circule somente com o ar-condicionado ligado, os passageiros sempre viajam fazendo sauna: “Algumas pessoas descem ou não sobem quando veem que está sem ar, mas eu não tenho opção. Não tenho como escolher descer do ônibus, preciso trabalhar”. Segundo ela, na última semana, foram cinco viagens sem ar-condicionado tanto na 298 quanto na 296 (Irajá x Castelo), o equivalente a uma viagem sem refresco para cada dia de trabalho. Em uma página de moradores de São Cristóvão, onde o registro de Emanuelle foi compartilhado, outros internautas dividem já ter sofrido com a frota. “Esse ônibus é um verdadeiro inferno“, comentou uma passageira.
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Outras linhas estão sendo denunciadas por falta de manutenção na refrigeração. Os veículos das frotas 665 (Pavuna x Saens Peña), 685 (Irajá x Méier), 312 (Olaria – Candelária), 634 (Bananal x Saens Peña) são alguns dos alvos de reclamações nas redes. De acordo com a Rio Ônibus, mais da metade dos ônibus da cidade já são climatizados: “Mais de 80% dos ônibus da cidade já estão refrigerados. A conquista é resultado da aquisição de mais de mil novos veículos, todos equipados com ar condicionado. A renovação e climatização da frota são parte das melhorias possibilitadas pelo acordo firmado com a prefeitura do Rio e o Ministério Público do Rio. Os consórcios mantém diálogo permanente com a SMTR, visando a evolução dos serviços prestados”. Já a Mobi Rio — empresa da prefeitura que opera o sistema de BRT — informa que há 80 veículos sem o equipamento, mas que eles serão substituídos por novos até dezembro.