Como opera quadrilha que invade prédios da Zona Sul para roubar imóveis

Maioria das invasões ocorre em dupla; eles chegam com dados disponíveis na internet e se identificam como parentes para entrar e arrombar apartamentos vazios

Por Da Redação
31 jan 2025, 18h59
Polícia identifica quadrilha especializada em furtar apartamento de luxo no Rio
Criminosos em ação: jovens, geralmente brancos entre 18 e 22, brancos, vestidos de forma casual, tentam entrar nos condomínios se identificando como parentes das vítimas (Empresa Gabriel/Divulgação)
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Imagens de câmeras de segurança de uma empresa ajudaram a Polícia Civil a identificar pelo menos 12 integrantes de uma quadrilha de São Paulo que vem roubando apartamentos na Zona Sul do Rio. Quatro deles foram presos no sábado (25), em Campina Grande do Sul, no Paraná, após as investigações da 15ª DP (Gávea), em articulação com policiais rodoviários federais do Núcleo de Operações Especiais (NOE-RJ e NOE-PR). Com as imagens também foi possível mapear o padrão de atuação da quadrilha e monitorar os veículos utilizados nos crimes. Além do Rio de Janeiro, o grupo atua em outros estados.

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A maioria das invasões ocorre em dupla, seja de um casal, ou de dois rapazes. Eles chegam com dados disponíveis na internet que um deles fica responsável por levantar, como quem tem carro de luxo. E se apresentam como parentes da vítima para entrar nos edifícios. As câmeras da empresa Gabriel mostram, por exemplo, que no dia 11 de janeiro, às 15h, um jovem toca na portaria de um condomínio de Copacabana, Após falar com um funcionário, ele consegue entrar. Sobe pelo elevador e desce, saindo do prédio. Na volta, traz um comparsa. Menos de 20 minutos depois, eles saem com uma mala de mão, com joias avaliadas em R$ 600 mil. No dia 13, outro suspeito entra em um condomínio no Leblon, por volta das 17h, com a guarida de outro homem, que finge passear pela rua. Quase três horas depois, o invasor é visto com uma sacola na mão, também com joias.

O bando é composto por jovens entre 18 e 22 anos, mas há alguns menores de idade. A maioria é de brancos, que se vestem de forma casual. Por vezes, ficam com uma garrafa de cerveja long neck, andando calmamente pelas ruas. Eles moram no Brás, na capital paulista, mas viajam pelo Brasil em busca de novas vítimas, com foco nos bairros nobres. Nem todos têm passagem pela polícia. “Eles estão sempre arrumadinhos, com roupa de marca. Fingem que moram por ali. Eles se revezam nos ataques, mas são do mesmo grupo criminoso de São Paulo”, disse ao jornal O Globo a delegada que investiga o caso, Daniela Terra, titular da 15ª DP (Gávea). Ao entrar no prédio, eles circulam pelas escadas e batem na porta dos apartamentos. Quando ninguém atende, eles arrombam com chave de fenda. Furtam joias, relógios, bolsas de marca enquanto um olheiro dá guarita para a ação. Aparelhos eletrônicos, rastreáveis, são evitados pela gangue.

O caso começou a ser investigado pela 15ª DP (Gávea) após o episódio de uma tentativa de furto em um condomínio da Rua General Garzon, no Jardim Botânico. Na ocasião, um casal tentou entrar em um prédio, mas o porteiro não autorizou e filmou a dupla e um carro que estava encostado aguardando. O vídeo viralizou nas redes sociais. A polícia identificou os integrantes e veículos usados pela associação criminosa. “Pedi para a Gabriel todas as imagens e começamos a monitorar o veículo que eles usavam. Cientes que a foto deles estava vazada na internet, eles foram para a comunidade da Vila Vintém, onde deixaram um veículo que estavam usando, e pegaram outro. Monitoramos os dois junto à Polícia Rodoviária Federal e vimos que eles ainda não tinham saído do Rio”, contou a delegada ao Globo. Com apoio da PRF, um dos integrantes foi preso em flagrante, no último dia 23, com R$ 7 mil, fruto da revenda das joias, em um dos carros usados pela quadrilha.

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A delegada continuou acompanhando outros dois veículos e percebeu que um deles seguiu para Curitiba, no Paraná, onde o bando furtou um apartamento. No último sábado, após cruzamento de dados de inteligência fornecidos pela 15ª DP, a PRF localizou um dos veículos usados nos furtos, envolvidos em três ocorrências na Zona Sul. Os policiais rodoviários federais constataram o deslocamento do automóvel na BR-116, no estado do Paraná. O carro, cheio de joias, chegou a capotar na tentativa de fuga. Os ocupantes do veículo foram autuados por furto a residência, associação criminosa, direção perigosa, resistência e desobediência. As investigações continuam para identificar e prender outros envolvidos no grupo criminoso. Um dos presos no Paraná participou do furto de um apartamento em Copacabana.

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