Duas informações passadas à irmã mais velha foram fundamentais para que a menina de 12 anos sequestrada pelo açougueiro maranhense Eduardo da Silva Noronha, de 25, fosse resgatada. Em mensagens trocadas pela internet, a vítima disse que estava numa quitinete na capital do estado, São Luís, e que tinha ido a pé com o rapaz – que a levou num carro de aplicativo para sua casa – a uma loja para comprar roupas, já que ela havia viajado apenas com o uniforme escolar e a mochila.
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A conversa aconteceu na primeira oportunidade que a garota teve para se comunicar com a família desde que havia sido levada de Sepetiba, oito dias antes. “Eu só quero voltar”, escreveu ela, num aplicativo de mensagens, conforme revelou neste domingo (19) o Fantástico, da Rede Globo. Na sequência, a irmã respondeu: “Eu vou te buscar assim que você mandar a localização”. Mas a vítima só sabia a cidade onde estava. Foi quando os parentes entraram em contato com os policiais, que passam a orientá-los na formulação de perguntas como se havia praia perto de onde ela estava (e havia), assim como alguma loja ou restaurante que pudesse ser localizado pelo nome.
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A polícia conseguiu identificar a localização do sinal do wi-fi da loja onde um dos celulares que estavam com eles se conectou. Foi quando os policiais maranhenses foram até o local, mas não conseguiram identificar o estabelecimento. Paralelamente começou uma busca por quitinetes no perímetro mais próximo ao suposto endereço da loja de roupas. Em pesquisa nas redes, também foi localizada uma foto da loja na qual era possível ver o reflexo de um hortifrúti na vitrine. Uma nova investida policial foi feita, e o mercado foi localizado. Com isso, o cerco se fechou e as buscas se concentraram numa área mais específica até encontrar o cativeiro e libertar a menina na última terça (14).
Preso em flagrante, Eduardo disse em depoimento que tinha a intenção de se casar com a garota quando ela completasse 18 anos. Também afirmou que foi buscá-la no Rio a pedido dela, e disse que estava arrependido. O rapaz foi liberado pela Justiça maranhense após audiência de custódia e está sendo monitorado por tornozeleira eletrônica desde quinta (16). A vítima já foi trazida para o Rio. Assim que chegou, ela passou por um exame de corpo e delito pelo Instinto Médico-Legal (IML), que deu negativo para violência sexual. No entanto, segundo a delegada Pollyanne Souza da Costa, da Delegacia de Proteção a Criança e Adolescente de São Luiz (DPCA), que conduz o inquérito no Maranhão, diz que reúne provas para que Eduardo responda na Justiça por estupro de vulnerável e cárcere privado, já que o suspeito chegou a confessar em depoimento à polícia ter beijado e tocado na menina enquanto esteve com ela no quitinete. Ele também vai responder por subtração de menores, no Rio.
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“Ela é uma menina muito tímida, por isso está mais reclusa e falando pouco. Estamos evitando dar detalhes das investigações para poupá-la do sofrimento. Ela é muito inocente. Apesar de ter 12 anos, tem uma mentalidade de criança. Ela não tem noção da gravidade do que aconteceu. Ela está vulnerável”, contou uma das irmãs mais velha.