Como vai funcionar o Negro Muro, circuito da igualdade racial no Rio
Primeira placa de patrimônio foi instalada no local onde morou Lélia Gonzalez. Nomes como Maestro Anacleto de Medeiros e Lima Barreto serão homenageados
A memória de locais no Rio relacionados à cultura da população negra será exaltada pelo novo Circuito da Igualdade Racial. Lançada no último sábado (30) pela Pefeitura do Rio e o Projeto Negro Muro, a iniciativa já instalou sua primeira placa de patrimônio no local onde onde morou a autora, antropóloga, filósofa e política Lélia Gonzalez.
+ Bandeira azul: nove praias do Rio ganham selo ambiental internacional
Além da identificação em frente ao número 106 da Ladeira de Santa Teresa, três outras placas em homenagem a figuras históricas estão confirmadas: Maestro Anacleto de Medeiros, em Paquetá; GRANES Quilombo, em Acari, e Lima Barreto, em Todos os Santos.
O Negro Muro, projeto que tem espalhado grafites, impressos e pinturas pela cidade exaltando personalidades negras da cultura carioca, é definido pelo produtor artístico e cultural Pedro Rajão como “um grito preso na garganta, uma inquietação pelo apagamento histórico racista que o povo preto no Brasil passa até hoje.”
Desde 2018, mais de 50 muros já foram pintados pelo Rio, todos pelo artista e muralista Cazé, incluindo figuras como Dona Ruth de Souza, Pixinguinha e Martinho da Vila. A proposta da iniciativa em dar visibilidade a personagens tantas vezes invisibilizados na história foi o que motivou a criação do Circuito da Igualdade Racial.
A rota com placas de identificação agora se soma aos trinta Circuitos do Patrimônio Cultural Carioca, criados pela Prefeitura do Rio. Desde 2010, os circuitos têm abrangido temas mais amplos, mais ligados à cultura da cidade e menos na arquitetura.
+ Para receber VEJA RIO em casa, clique aqui