Equipamentos de saúde comprados na gestão do ex-prefeito Marcelo Crivella, durante a pandemia, ainda estão guardados sem uso em um galpão em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Segundo a atual gestão da prefeitura, o armazenamento dos insumos já custou mais de R$ 4,7 milhões aos cofres do município.
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Grande parte dos materiais, entre eles, aparelhos de hemodiálise, ventiladores mecânicos, mesas cirúrgicas, raio-x, e outros, foram encontrados intocados desde que chegaram, em março de 2020. Muitos não chegaram às unidades de saúde devido a necessidade de adequações estruturais de grande porte, que não foram previstas.
Um relatório de investigação da Secretaria Municipal de Governo e Integridade Pública (SEGOVI) aponta a falta de planejamento na aquisição, sem que as demandas da rede de saúde municipal fossem previamente consultadas. O valor gasto foi de US$ 15 125 082,11, cerca de R$ 85 918 028,92.
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O documento revela que nenhuma lista foi encontrada indicando para onde foi enviado cada insumo, além de um possível favorecimento de fornecedor durante o processo de licitação para a empresa internacional China Meheco.
O documento faz parte de uma investigação maior da SEGOVI, que analisa irregularidades na realização do Hospital de Campanha do Riocentro, também do chamado “QG da Propina” de Crivella e o antigo emprego dos “guardiões de Crivella”.
Diante os indícios, a nova gestão afirma que parou o pagamento dos contratos e está analisando a possibilidade de devolver os equipamentos parados e recuperar os valores que já foram pagos.
Os materiais de análise foram encaminhados ao Ministério Público, para a Corregedoria do Município e para o Tribunal de Contas do Município, para continuidade das investigações.