À primeira vista, ela parece um cachorrinho. Mas reparando bem… é uma ovelha. E negra, o que contraria o imaginário popular de que todas são branquinhas, de pelo longo. Dócil e carente, Rebeca, “a ovelhinha vegana” – como Evilásio Carneiro, seu dono, a apresenta na página que criou especificamente para compartilhar suas fotos no Instagram – vem se tornando figura fácil em Ipanema, onde costuma passear. A cada volta pelo bairro são dezenas de poses, sempre quietinha, no colo de quem acaba se encantando por ela, que atualmente tem um mês de vida.
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Obediente, Rebeca anda sempre atrás de Evilásio e não precisa de coleira. Perigo mesmo, só o de se distrair na hora de atravessar a rua – é que quando vê uma folhinha no chão, ela para e tenta comê-la. Nem sempre consegue, já que a base de sua alimentação ainda é o leite de vaca. São cinco mamadeiras por dia, de leite vindo da fazenda (o longa vida pode intoxicá-la, por causa dos conservantes).
Evilásio adotou o animal para ter companhia em casa e também para tentar aplacar as crises de ansiedade, que se tornaram mais frequentes quando perdeu o emprego, em março, no início da pandemia. Rejeitada pela mãe, Rebeca foi adotada em seu segundo dia de vida. Vem daí o forte laço de afeto que a liga ao dono: ela passou a enxergá-lo como sua grande (e talvez única) referência familiar. “Estamos muito apegados. A vida dela sou eu.” Isso fica claro nos passeios que costumam fazer juntos: a ovelhinha vai no colo somente de quem Evilásio aponta (“Pode ir, filha!”), e o foco de sua atenção é sempre ele.
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O perfil de Rebeca no Instagram tem cerca de 800 seguidores, o que não é pouco para as três semanas de existência da página. Recheada de fotos em que é marcada pelos amigos que fez em seus passeios pela Zona Sul – ela também é popular na Ilha do Governador, onde mora – a ovelha é apresentada nas redes como vegana, apesar de beber leite de vaca. Seu dono conta que a definiu assim para chamar atenção para uma questão específica: “Queria que não fosse normal o consumo de carne de cordeiro”, explica.
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Cordeiros – vivendo e aprendendo – são ovelhas e carneiros ainda filhotes. Ou seja, Rebeca é, na verdade, um cordeiro fêmea que vai se tornar ovelha quando crescer. Confundi-la com uma cabra acontece com frequência, e isso deixa seu dono um pouco irritado. “Vou logo avisando que nem toda ovelha é branca, com lã. Ela é uma ovelhinha negra e linda, que dorme ao pé da minha cama”, diz.