Altos índices de contaminação por arsênio são detectados em peixes no Rio
Pesquisa descobriu índices 30 vezes superiores aos tolerados para a substância que pode causar problemas cardiovasculares, diabetes e câncer
Estudos realizados com o objetivo de avaliar questões relativas a espécies marinhas que sofrem ameaça de extinção mostraram a situação preocupante da contaminação de peixes que vivem em mar aberto no Rio, em Niterói e na Região dos Lagos. A pesquisa do Departamento de Química do Centro Técnico Científico da PUC-Rio, em parceria com a Fiocruz, apontou índices altos de arsênio em amostras de cações, grupo que inclui tubarões e raias, em concentração muito acima das que são aceitas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
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A concentração média do elemento químico ficou em 30 miligramas por quilo do peixe, com pico de 79 miligramas encontrados em animal nas Ilhas Cagarras, em frente a Ipanema. A substância, que pode causar complicações de pele, problemas cardiovasculares, diabetes e câncer, é tolerada em até um miligrama por quilo.
Segundo pesquisadores entrevistados pelo jornal O Globo, a contaminação é causada por esgotos doméstico e industrial não tratados, pesticidas aplicados na agricultura, lixo sólido, equipamentos eletrônicos e combustíveis fósseis.
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Além do arsênio, foram encontrados traços de chumbo, mercúrio e cádmio, que constam da lista das dez maiores preocupações da Organização Mundial da Saúde (OMS) em relação produtos químicos capazes de afetar a saúde pública. A pesquisa também identificou a presença de titânio, usado na composição de filtros solares e xampus, e dos chamados elementos terras raras, presentes em componentes eletrônicos.