Apesar de proibidas pela Justiça por violarem as medidas de isolamento social durante a pandemia do coronavírus, as passeatas e carreatas em apoio ao negacionismo de Jair Bolsonaro continuam acontecendo pela cidade. A mais recente delas teve início na tarde deste domingo (17), na Barra, quando um grupo de cerca de 30 pessoas se reuniu no Posto 5 e seguiu em carreata até a porta do Consulado da China, em Botafogo. Os chineses são alvo frequente de piadas racistas e xenófobas do ministro da Educação, Abraham Weintraub, que os acusa de provocar a crise do coronavirus propositalmente, como parte de um complô para dominar o mundo.
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Em frente ao consulado, um grupo de homens e mulheres com camisas nas cores da bandeira do Brasil pedia o fim do isolamento social e a reabertura do comércio no Rio. “Comunistas”, “maconheiros”, “Vai pra Venezuela” e “retardados mentais” eram alguns dos gritos de guerra dirigidos ao consulado e aos vizinhos, que por discordarem da manifestação, foram rapidamente “identificados” por eles como integrantes da “esquerda caviar”. Por conta do protesto, a Guarda Municipal interditou parte da Rua Muniz Barreto, no trecho entre as ruas Professor Alfredo Gomes e São Clemente.
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Aglomerados e sem máscaras de proteção, os participantes da passeata só dispersaram depois que a polícia foi chamada pela empresária Maria Vargas, autora do vídeo. Uma liminar assinada pela desembargadora Marianna Fux no último dia 27 de abril decidiu que autoridades municipais e estaduais devem identificar e podem multar em até R$ 50 mil os organizadores de manifestações em locais públicos enquanto as medidas de isolamento estiverem em vigor. No caso de Botafogo, caberia ainda um acréscimo de 50% na multa, já que a aglomeração aconteceu próximo a uma clínica pediátrica.
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