Definida pelo chef Felipe Bronze como uma questão “que terá de ser enfrentada a curto, médio e longo prazo” (leia entrevista aqui Felipe Bronze: ‘A indústria da gastronomia pode ser dizimada’ ), a crise econômica gerada pelo isolamento social está trazendo consequências permanentes para o setor de bares e restaurantes, que movimentou R$ 9 bilhões em 2019 só na cidade do Rio. De portas fechadas desde o dia 23 de março por força de um decreto do prefeito Marcelo Crivella, não são poucas as casas que, por falta de receita, decidiram que não vão voltar a funcionar, mesmo depois do fim da quarentena. Uma pesquisa feita pelo Sindicato dos Bares e Restaurantes do Rio concluiu que pelo menos 10% dos donos de estabelecimentos gastronômicos da cidade decidiram que não vale a pena insistir no negócio, e não pretendem reabrir. “Quase 50% dos entrevistados disseram que estão com receita zero. Sem delivery, sem nada”, diz Fernando Blower, presidente do SindRio.
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Entre os restaurantes que optaram por encerrar suas atividades de vez estão duas filiais da rede Ráscal (Rio Sul e Casashopping), Puro (Jardim Botânico) e Avenca (Jardim Botânico). A pizzaria Bráz, na Barra, e o Astor, em Ipanema, “interromperam totalmente” suas atividades, segundo Edgar Costa, sócio da Cia. Tradicional de Comércio, grupo do qual as duas casas fazem parte. O futuro de ambas é incerto. “Para o período pós-quarentena, estudamos alternativas para a retomada do Bráz Barra, atendendo por delivery e, depois, com salão em outro endereço”, afirma Edgar. Já a reabertura do Astor “vai depender das circunstâncias mercadológicas”.
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Mais de 20 mil pessoas já perderam seus empregos no setor de gastronomia do Rio, segundo estimativa de Fernando Blower. “A pandemia foi uma bomba para nós. Desestruturou completamente a saúde financeira de empresas que já vinham de anos de crise”, diz. O presidente do SindRio avalia que, se não houver um crédito emergencial do governo, pelo menos 30% dos bares e restaurantes ficarão fechados definitivamente.
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